No monólogo desta noite, Tucker Carlson vai completamente de encontro ao que escrevi aqui ontem: a administração Biden alimenta desavergonhadamente a mania totalitária de diabolizar todo aquele indivíduo que discorde das suas políticas, sendo ainda por cima que as suas políticas não só são desastradas como são radicais. O normal não é concordar com Biden. O normal é discordar dele e por isso é que as sondagens remetem para a rejeição recordista do seu labor draconiano. E por isso é que o homem está cada vez mais agressivo, cada vez mais prepotente, numa fuga para a frente que parece perseguir apenas o abismo inevitável, única saída deste perigoso labirinto de extremos.
No universo dogmático e unidimensional da presidência americana, não escasseiam inimigos a abater. Os pais que se revoltam com as obscenidades que as escolas públicas ensinam aos filhos, os cidadãos que não se conformam com a inflação galopante, os dissidentes que não se vacinam, os libertários que resistem ao autoritarismo do regime, os oitenta milhões de eleitores que votaram em Trump: são todos perigosos terroristas domésticos, de facto ou em potência. E urge armar o aparelho do estado com instrumentos que os silenciem e os obliterem, que lhes suprimam a cidadania e a liberdade.
Desconfio que esta administração não dura até 2024.