Não é preciso recuar muito no tempo: ainda em Dezembro do ano passado estava numa sala com uma boa dúzia de bois a que um dia chamei amigos e era o único, o único, que contestava a lógica das medidas implementadas para combater a pandemia e o seu carácter "científico". E esta dúzia de bois não era propriamente uma amostra dos mais ignorantes ou retardados da manada. Estes bois são bois educados, funcionais, solventes, com famílias, com empregos estáveis e, em alguns casos, cargos de responsabilidade e salário chorudo, em companhias de seguros e bancos e na imprensa (claro), que ousam até pensar que pertencem não à categoria bovina mas à classe dos Sapiens.
Estavam redondamente enganados e não só sobre a validade das políticas de combate à pandemia e da eficácia das vacinas, mas sobretudo sobre a sua derradeira natureza: não são Sapiens. São cornudas, impotentes, cegas e surdas peças de gado, obedientes mamíferos que até a saúde física e psíquica da prole sacrificaram em nome das mentiras dos media, dos lucros das farmacêuticas, da "autoridade" do estado e da agenda dos senhores do universo.
É claro que eu também não saio muito bem deste filme: que espécie de imbecil é que faz amizade de décadas com semelhante rebanho de retardados?