Ressurreição de Cristo . Andrea Mantegna . Sec. XIV
É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia.
Lucas 24:7
A Ressurreição está no princípio e no fim, é o alpha e o ómega, do Cristianismo. Se Cristo de facto não ressuscitou dos mortos, a transcendência da sua mensagem perde muitas calorias e acontece-lhe o que lhe aconteceu no Alcorão: é despromovido a profeta.
É ao terceiro dia que a História começa. É quando as leis do homem soçobram e a Palavra se cumpre. É nesse preciso e assombroso momento que o cristão encontra a definição da verdade.
Tudo foi construído com laboriosa minúcia, suplícios da Paixão incluídos, para que aqui chegados, a intensidade dramática e o potencial redentor atinjam máximos literários: é quando as mulheres encontram o túmulo vazio que a narrativa bíblica encontra o seu apogeu.
Por isso, e por muito que queiram oblietrar a Páscoa ou associá-la a ancestrais ritos pagãos; por muito que queiram transformar a cruz num coelho de chocolate e os trinta dinheiros em amêndoas açucaradas; por muito que evitem ou sujem a mais bela história alguma vez contada, a Semana Santa perdura no coração dos crentes e, contra as suas próprias convicções, no imaginário dos ateus.
Para além desta imediata conclusão, o bispo Barron ensina eloquentemente, neste sermão pascoal, três outros axiomas que resultam da Ressureição: vencendo a lei da morte, Cristo demonstra que a realidade não se limita ao mundo material que é experimentado sensualmente pelo ser humano; que a liberdade sobrevive metafisicamente à física da tirania e que a salvação é um divino gesto de amor estendido a toda a humanidade.
Ámen e feliz Páscoa.