sexta-feira, maio 13, 2022

A Astronomia como arte ilusionista.

A equipa do Event Horizon Telescope (EHT), que em 2019 já tinha produzido a primeira e famosa imagem de um buraco negro localizado na galáxia Messier 87, está agora a difundir uma outra imagem do buraco negro alegadamente situado no centro da Via Láctea. A imagem é esta aqui:

Como aconteceu em 2019, esta imagem vai começar a agredir o imaginário das massas e vai ser vendida nos jornais como uma observação objectiva de um fenómeno factual.

Vamos ficar todos com a certeza absoluta que existe um buraco negro no centro da galáxia e que a ciência humana conseguiu fotografar o gajo.

Tudo isto baseado numa imagem que não é mais que uma mancha desfocada e que resulta da convergência de algoritmos criados para a sua obtenção e codificados nos sistemas operativos de dezenas de telescópios espalhados pelo mundo.

Assim sendo, podemos também concluir que esta imagem aqui também é relativa a um buraco negro:

Lamentavelmente, não é de um buraco negro que se trata. Trata-se de uma super nova.

Estas imagens, para além de serem bastante fabricadas pela matemática prévia que programa as observações telescópicas contemporâneas, são comunicadas como rigorosas e indiscutíveis, mas, como tudo o que é comunicado como rigoroso e indiscutível e científico nos tempos que correm, devemos interrogá-las ainda assim.

Voltando atrás, à imagem de 2019 referente ao alegado buraco negro da galáxia Messier 87, e comparando-a com a imagem agora divulgada pelos astrónomos do EHT, facilmente ficamos convencidos que os dois objectos têm características e dimensões semelhantes, não é?

Não, não é. As diferenças entre os dois objectos são literalmente astronómicas em massa, escala e sobretudo na distância a que se encontram do observador. O facto de um objecto que está a 55 milhões de anos luz de distância da Terra ter exactamente a mesma expressão plástica e a mesma resolução de um outro objecto que se encontra apenas a 27.000 anos luz do nosso planeta diz muito sobre a manipulação algoritmica e a artificialidade destas imagens.

Por um conjunto grande de razões, algumas delas de ordem política, a astronomia do século XXI, como muitas outras disciplinas da ciência contemporânea, é um exercício de prestidigitação que está no limite da sua competência técnica e quando as pessoas começarem a perceber a verdadeira natureza das imagens que lhes são vendidas como genuínas, sem que os métodos de captação e tratamento lhes sejam explicados; quando as pessoas começarem a perceber que estas imagens resultam não de observações objectivas, mas de agendas que decorrem dos interesses carreiristas e dogmáticos de teóricos e académicos e que são produzidas por algoritmos que são programados para produzirem precisamente imagens que comprovem certas teorias quando o método correcto é precisamente o inverso; nesse dramático momento, assistiremos a mais uma ruptura epistemológica. E se a crise de confiança nas ciências teóricas é já um facto, a falência da credibilidade da astronomia contribuirá decisivamente para a queda espalhafatosa das ciências experimentais.