segunda-feira, maio 30, 2022

Boris Blackout Johnson

O governo de Boris Johnson já está a avisar os bifes que no próximo Inverno vão ter que se habituar - e resignar - a apagões frequentes, senão regulares. Talvez assim constatem os súbditos de sua majestade caquética que as sanções destinadas a castigar os russos afinal foram decretadas e implementadas para castigarem os ingleses. Talvez assim constatem que a conversão energética para as energias renováveis destinada a salvar o planeta afinal foi inventada e implementada para empobrecer a Inglaterra. Talvez assim constatem que os líderes que têm os desprezam completamente. Talvez.



Boris Johnson é a personificação do palhaço político. Incapaz, alienado, desprovido de espinha dorsal, politicamente correcto até à última onça de gordura corporal,  sofrendo compulsivamente de tiques autoritários, atolado em escândalos de incumprimento ético, naufragado numa crise económica e inflaccionária nunca vista no seu país nas últimas quatro ou cinco décadas, quase arrependido do Brexit que o transportou para o poder, odiado pela esmagadora maioria dos cidadãos que o elegeram, o obeso residente no número 10 de Downing Street aposta tudo na guerra da Ucrânia, tendo já desenvolvido todos os esforços e mais alguns, inclusivamente a chantagem, para impedir a paz na região. Se milhares de ucranianos têm que morrer para que Boris possa distrair as atenções focadas na sua mediocridade e conservar o poder, pois seja.



A tragédia dos ingleses é que não têm opções. Keir Starmer, o líder trabalhista, é o lorde dos pântanos; translúcida, inócua e destituída forma de ser humano; entalado entre os marxistas e os guerreiros sociais do seu esquizofrénico partido, nem sequer consegue fundamentar políticas que sejam claramente diferentes daquelas defendidas pelo primeiro ministro. Nas questões da pandemia, da economia, da energia ou da guerra (a cultural ou a ucraniana), os dois pensam exactamente da mesma maneira, como elitistas-globalistas emparelhados numa espécie de valsa fúnebre, dançada para satisfazer a sensibilidade artística do World Economic Forum.

O partido Liberal transformou-se numa aberração iliberal do género Bloco de Esquerda e, apesar de poder colher frutos eleitorais do vazio de dignidade, coragem e inteligência que grassa no panorama político britânico, não trará certamente qualquer vestígio de redenção à nação que um dia imperou sobre a geografia planetária.

Tanto mais que não parece existir uma cabecinha pensante que faça frente ao actual líder no Partido Conservador, que é hoje uma organização decadente e envergonhada dos seus valores fundacionais. As suas principais figuras saíram defuntas da guerra do Brexit e os notáveis que restam ou estão comodamente instalados na teia de equívocos que Boris teceu ou esconderam-se muito bem escondidos na expectativa de escaparem ilesos ao seu legado de cinzas.

Lamentavelmente, nenhum inglês vai escapar ileso a esse holístico movimento crematório, porque a Inglaterra está condenada a um declínio que, não sendo obviamente de agora, agora se desnuda com aberta falência de tudo.