domingo, maio 29, 2022

Nurburgring é sempre assim: infernal.

As 24 horas de Nurburgring correram como sempre: emocionantes e imprevisíveis e demolidoras. Com a quantidade enorme de automóveis à partida e a diferença abismal de desempenho entre eles, logo à segunda volta já o pelotão dos GT3 dobrava carros de categorias mais lentas, iniciando-se cedo o usual desafio de tráfego insano a que os pilotos são submetidos.

O Porsche 991.2 GT3R da Manthey Racing, favorito à vitória e detentor do título de 2021, partiu muito atrasado na grelha, mas nem um décimo da corrida tinha sido cumprido e já o inevitável Kevin Estre estava a lutar pela liderança. O problema foi que o piloto que o substituiu, Frédéric Makowiecki, deitou tudo a perder: esquecido que estava a correr uma prova de 24 horas e não um sprint de cinco voltas, embrenhou-se  numa luta desenfreada com o Audi R8 LMS #15 e o Mercedes AMG GT3 #3 e em Tiergarten - uma das zonas mais estreitas, rápidas e perigosas dos 25 kms do circuito - sofreu um pequeno toque do Audi, suficiente para um despiste aparatoso e violento que, felizmente, só lhe destruiu o automóvel e as esperanças da renovação do título.

A corrida acabaria por ser ganha precisamente por esse Audi R8 da Sport Team Phoenix, pilotado por Kelvin van der Linde, Dries Vanthoor, Fred Vervisch e Robin Frijns. Mas não sem as recorrentes e típicas crises cardíacas que o Nurburgring é capaz de provocar, já que nas últimos momentos de uma corrida até ali incaracteristicamente seca... começou a chover. Cumpridas as 24 horas de dura competição, o Mercedes AMG #3 que cortou a meta em segundo lugar fê-lo apenas 55 segundos depois do vencedor.



Mais uma vez e como quase sempre, Nurburgring não desiludiu em emoção, suspense, adrenalina, incerteza e espectacularidade. O inferno verde providencia invariavelmente essas mercadorias em generosa quantidade.

Para o ano há mais caos. Para o ano há mais glória.