Pressionado pelas consequências da inflacção num ano de eleições intercalares, parece que Joe Biden está disposto a levantar as limitações à importação do petróleo russo, na expectativa de que o embargo da União Europeia faça descer os preços do crude.
A expectativa é risível. Nunca na história dos combustíveis fósseis um embargo económico fez descer os preços. Pelo contrário, obviamente. E não há como qualificar o pressuposto de que Putin e os oligarcas russos estarão dispostos a fazer um desconto especial e simpático aos importadores americanos, depois de tudo o que aconteceu nos últimos meses.
Tanto mais que os russos estão a ganhar dinheiro como nunca, precisamente devido às sanções que o Ocidente impôs:
"Unprecedented income" from energy exports: rising oil and natural gas prices in 2022 will bring Russia $ 285 billion,-Bloomberg
— AZ OSINT (@AZmilitary1) June 2, 2022
This will create a "solid financial safety cushion"against sanctions,Bloomberg emphasizes. pic.twitter.com/iZxb85YQkc
Mas ainda mais ridícula é a posição em que fica a União Europeia: isolada, economicamente paralisada, mergulhada numa crise inflaccionária e consciente de que o aliado americano conta, se bem que erradamente, com a sua ruína para comprar o petróleo mais barato. A propósito da Guerra da Ucrânia, os países europeus formaram uma espécie de pelotão de fuzilamento circular: a cada ordem de fogo, suicidam-se reciprocamente.
Alex Chistoforou farta-se de rir com com o autismo profundo do dirigismo ocidental. Porque entre rir e chorar é fácil optar pelo melhor remédio. Pelo menos por enquanto.