Cumprindo a minha previsão de 15 de Junho, e apesar de técnica e realisticamente a economia dos Estados Unidos ter entrado em recessão (dois trimestres com crescimento do PIB negativo), o regime Biden (e os seus lacaios na imprensa) recusa a nomenclatura e vai recusá-la até ao fim deste ano.
E agora sim, informo a paciente audiência sobre a razão deste prognóstico: há eleições intercalares em Novembro. Tudo indica que os democratas vão levar uma tareia histórica. Se o congresso passar a ter maioria republicana nas duas câmaras e - ainda por cima - uma maioria de base populista, a administração Biden vai ter os seus poderes muito limitados. Nesse caso, os democratas poderão deixar cair a crise económica na esfera de responsabilidade dos republicanos. É muito simples, na verdade.
Ainda por cima, como a Reserva Federal e a Casa Branca estão a combater a inflacção com mais emissão de moeda, numa iniciativa insana que implode com séculos de doutrina e só pode ser entendida à luz de uma intenção clara de destruir o tecido sócio-económico da federação, os americanos vão experimentar mesmo, no fim deste ano, um cenário catastrófico, que o Partido Democrata tudo fará para relacionar com a derrota eleitoral de Novembro, da mesma forma que associaram a inflacção a Putin, à guerra na Ucrânia e à crise energética que daí decorreu, e não às prévias políticas monetárias e de combate à pandemia, bem como aos posteriores e suicidas embargos aplicados aos russos, que resumem a real causa do actual quadro inflaccionário.
Tucker Carlson comenta a recusa da realidade e a manipulação semântica da Casa Branca e dos media, num tom meio satírico em que tem insistindo nos últimos tempos. Embora até a sátira pareça desajustada quando burocratas da administração consideram que a América está numa excelente situação económica porque... Os americanos ainda não estão a passar fome (minuto 14:30 no vídeo).
O título deste monólogo de Tucker, "It turns out we're insane", não pode ser mais ajustado à conjuntura. Os Estados Unidos são hoje uma nação ensandecida. Politicamente divididos como nunca estiveram, culturalmente fragmentados numa disjunção recordista, economicamente debilitados e caminhando a passos largos para a ruptura estrutural, falidos de influência nos palcos internacionais e experimentando as consequências da total descredibilização das suas forças armadas, restam aos americanos as alegrias da loucura: homens que engravidam, abortos após o parto, cirurgias de mudança de sexo em crianças, transferências de centenas de biliões de dólares para os bolsos dos oligarcas ucranianos, desenfreada emissão de moeda em pleno ciclo inflaccionário, utilização do sistema judicial para perseguição e criminalização da dissidência política, cortes ao financiamento e consequente desmoralização das forças policiais, redução drástica na prossecução de crimes comuns por procuradores corruptos cuja agenda é estritamente política, total abertura de fronteiras à imigração ilegal, e etc. Tudo isto regido por um presidente em coma cerebral e uma administração cujo objecto claro é a destruição do país.
Eis os Estados Unidos da América como ninho de cucos. Para se estabelecer definitivamente como primeira potência mundial, a China precisa apenas de se manter estática. Coisa que, historicamente, tem demonstrado saber fazer como ninguém.