domingo, julho 24, 2022

Sobre a gestão e manipulação de quedas bolsistas e recessões económicas.

Nos anos 70, o embargo da OPEP e a crise energética que daí decorreu conduziu a uma tresloucada e recordista subida de preços, ao desemprego massivo e à recessão no Ocidente.

E o que é que está acontecer agora?

No final dos anos 90, assistimos ao súbito e caótico rebentamento da famosa bolha das dot-com, que afectou todo o mercado bolsista e teve efeitos devastadores na capacidade de capitalização da generalidade das empresas tecnológicas. Quem tem mais de 35 anos deve lembrar-se desse espalhafatoso crash.

E agora?


Em 2007, a economia global entrou em recessão por causa dos fundos e dos refundos do mercado financeiro estarem indexados a delirantes valorizações do portfólio imobiliário. Lembram-se? 

Então e agora?

Estou cada vez mais convencido que as catástrofes nos mercados financeiros e suas consequentes recessões não se devem a contingências da economia real nem resultam de falências técnicas dos sistemas de valor de base capitalista e liberal, mas a conveniências estratégicas, circunstâncias políticas e agendas ocultas das oligarquias que governam os nossos destinos.

Se a economia real prevalecesse sobre o poder das elites globalistas e determinasse directamente a saúde dos mercados financeiros e a prosperidade dos cidadãos, a emissão desvairada de moeda pelos bancos centrais americano e europeu, a inflacção, a sobretaxação a que se está a submeter os contribuintes há duas décadas, a reincidência das bolhas imobiliárias e tecnológicas, a pandemia e os problemas de produção e distribuição que criou, a guerra na Ucrânia e respectiva crise energética já tinham apresentado os seus nefastos efeitos.

A recessão é inevitável, claro. Mas o seu rebentamento está a ser cuidadosamente preparado para coincidir com os interesses políticos dos senhores do universo e a agenda de Davos.

Na Casa Branca, os esforços para escamotear o óbvio são menos clandestinos e bastante mais desastrados:

A gestão e manipulação dos ciclos recessivos também se faz pela alteração da sua gramática e da sua semântica, claro e vamos certamente encontrar num futuro próximo artigos de opinião na imprensa mainstream tentando defender a recessão como algo de positivo, como aliás aconteceu quando, no fim do ano passado, a inflacção começou a disparar.

Mas a questão vai muito para além da simples alteração sintáctica dos conceitos e do rudimentar revisionismo dos princípios. E por isso, este é um assunto a que o Blogville voltará, mais à frente.