terça-feira, setembro 13, 2022

A panela de pressão americana assobia loucamente.

Aproveitando a vaga de repressão sobre metade dos americanos que o regime Biden levantou tempestuosamente, o aparelho político e mediático do Partido Democrata sublinhou o 21º aniversário do ataque às torres gémeas com afirmações incendiárias sobre o barril de pólvora da Federação: que os seus compatriotas que votaram Trump ou que não se revêm nas políticas da actual administração são não só comparáveis aos operacionais da Al-Qaeda que fizeram desmoronar o World Trade Center, como mais perigosos ainda. E que o 11 de Setembro de 2001 e o 6 de Janeiro de 2021 são fenómenos comparáveis no que respeita à segurança interna e integridade da nação.

Ninguém na verdade acredita que assim é. Quero dizer, ninguém que mantenha um ou dois neurónios operacionais. Nem os democratas, nem as cabeças falantes da imprensa mainstream, nem os activistas mais radicais da esquerda americana. Mas a radicalização do discurso, por muito disparatada que seja, tem um objectivo pragmático, que é a divisão da América entre bons e maus, inocentes e terroristas, virtuosos e pecadores de forma a que se estabeleça, por incrível que possa parecer, uma plataforma moral que legitime o poder totalitário de uns e a perseguição política dos outros. 

Tulsi Gabbard, que há três anos atrás concorria como democrata nas primárias para o ticket presidencial, é a imagem da revolta e do ultraje que muitos milhões de americanos devem estar a sentir. Mas também da sua impotência.



A semanas das eleições intercalares, os Estados Unidos são um panela de pressão, que assobia ensandecida. E não há quem queira, ou quem possa, desligar o fogão.