terça-feira, novembro 22, 2022

Como é que processamos isto?

Devo confessar que às vezes penso se esta segunda via profissional que abri na minha vida com o ContraCultura foi uma decisão acertada no que respeita ao impacto emocional e psicológico que carrega: todos os dias tenho que processar notícias e relatos que traduzem os avanços diabólicos e os triunfos do mal na sociedade. Como um polícia de giro na esquadra do inferno. Não é fácil. Até porque sinto claramente que estou do lado que vai sair derrotado desta contenda. Sinto claramente que esta contenda foi perdida muito antes de me ter apercebido dela, o que é pior ainda.

Não vou desistir, claro. E tanto quanto sei e sinto e acredito, não há outro lado da barricada que possa ter escolhido, como é óbvio. Mas isto faz moça. A constatação de que o mal absoluto tomou conta do mundo, doí-me efectivamente no cérebro. Fere-me com ferocidade no coração.

E a tentação do ódio, às vezes, é difícil de combater: