terça-feira, dezembro 27, 2022

Quanto é que já nos custou este buraco com asas?

Corria o ano de 2014 e já eu protestava sobre os rios de dinheiro que os contribuintes perdem todos os anos com esta desgovernada e ingovernável companhia aérea:

Se fosse eu a mandar, ah que volúpia,
vendia a TAP já
ao primeiro sucateiro que me aparecesse com uma nota de 50 euros.

E a única contrapartida do minimal caderno de encargos
era que o sucateiro transformasse já
a TAP em sucata.

E, claro, que despedisse aquela gente toda, especialmente os pilotos
(esses seriam despedidos já),
mas sem deixar, no fim, uma alminha com um emprego que fosse.

Mas sem deixar, no fim, alguém que pudesse fazer mais
uma puta de uma
greve. 

 

Mas não há maneira de acabar com o cancro voador. E percebe-se porquê: aqueles que decidem injectar milhões sobre milhões não são os que sofrem na pele o sobrepeso fiscal. E os que o sofrem, não são representados. Porque as democracias ocidentais já não representam os contribuintes. Já não representam os cidadãos. Representam interesses, agendas, oligarquias, projectos distópicos, poderes instituídos.