domingo, março 19, 2023

Sobre a guerra civil entre as elites e as massas.

Não é preciso concordar ou discordar com a idade da reforma em França para perceber o que aqui está em progresso é, mais uma vez e por vezes sem conta, a guerra que as elites espoletaram sobre as massas.



Na Holanda, as massas ganharam uma batalha, como aconteceu, mais ou menos, em Itália. Mas será difícil ganhar a guerra, porque as pessoas estão a acordar muito tarde para a realidade distópica que foi meticulosamente montada no Ocidente.


Mais: a destruição decorrente dos protestos e motins que vão certamente acontecer por toda a Europa nos próximos anos a propósito das políticas elitistas-globalistas só beneficia os poderes instituídos. Primeiro porque a filosofia operacional dos agentes totalitários é a do quanto pior, melhor. O caos é amigo do Great Reset. Depois porque vai legitimar restrições cada vez mais draconianas aos direitos e liberdades dos cidadãos.

A recessão profunda em que estamos a cair só vai agravar as tensões que estão à flor da pele do tecido social. A repressão vai aumentar de intensidade. Vamos assistir nos próximos anos a tumultos inéditos no contexto do último meio século. Esses tumultos vão ser capitalizados para instaurar estados de emergência, suspensões constitucionais e libertar poderes férreos e ditatoriais sobre as populações.

O clico vicioso de violência e repressão, de empobrecimento e autoritarismo vai ser muito difícil de romper. Tanto mais que a maior parte dos eleitores ainda não percebeu que o seu voto, a única solução pacífica para alterações radicais nas lógicas de regime, já não tem qualquer impacto ou significado na governação das nações. A representação não existe porque as super-estruturas das sociedades são hoje interpretadas e conduzidas por uma oligarquia trans-partidária e supra-ideológica, de inspiração corporativa, que une esforços para mais eficazmente desenvolver a guerra declarada contra a liberdade, a identidade e a prosperidade dos povos.

Entretanto, nos Estados Unidos, correm rumores cada vez mais credíveis que o aparelho democrata se prepara para prender Donald Trump, a propósito de um processo judicial que o acusa de ter pago, em 2016, a uma prostituta para silenciar a relação que mantinha com o ex-presidente. 

 

 

Em circunstâncias normais, esta decisão seria ponderada extra-judicialmente, na medida em que Trump é o provável candidato republicano às próximas eleições presidenciais e porque casos como estes ocorreram para lá de mil vezes na história eleitoral dos EUA, de Bill Clinton a Lyndon Johnson. Mas no actual estado psicótico e ditatorial da federação, não há como frear os ímpetos dos poderes instituídos: a direita é política e socialmente inoperante e as tais forças conservadoras de fundo que o Regime Biden não se cansa de demonizar não representam qualquer ameaça ao livre curso das ambições totalitárias. Ou me engano muito )é completamente possível), ou Trump será preso sem que se registe qualquer distúrbio significativo.

Até porque o construtor civil de Queens não tem legitimidade nenhuma para apelar à rebelião. A verdade é que deixou os manifestantes de 6 de Janeiro a apodrecer nas cárceres de um processo kafkiano, alheio às regras de qualquer estado de direito, a que muitos forma submetidos. Nem apoio jurídico se lembrou de prestar aos seus incondicionais apoiantes.

Bem sei que traço um quadro pessimista, como quase sempre, da actualidade. Mas que razões tenho para pensar de outra forma?