O momento satânico em que os teus filhos são cativos
de pedófilos, durante o teu sono.
A hora, apocalíptica, do abandono.
Sobre a tua identidade és falecido
e ressuscitado frankenstein, permaneces entorpecido
pela força hipnótica do telejornal.
És flor fútil ou pior ainda: vegetal.
A tua humanidade foi espoliada
por tiranos, magnatas e turbas que reduziram a nada
uma ideia, frágil, de civilização.
Na alcateia de lobos, és cão.
Este é o tempo dos mortos vivos.
Quando são substituídos por selvagens os nativos
e o teu voto cai na caixa falida
da democracia vã, e perdida.
Sobre a tua identidade és falecido
e alimentado de ilusões, por mentiras confundido:
Estás longe da verdade pura
Como Cristo da sepultura.
A tua humanidade foi espoliada
por expresso capricho de quem a quer aniquilada;
és vazio e volátil e irrelevante
como no safari, o elefante.
Este é o tempo dos mortos vivos
e tu, que obedeces e engordas, tens todos os motivos
para chorares a herança legada:
És zombie em terra queimada.
És zombie em terra queimada.
És zombie em terra queimada.