Não me perguntem pelo que quero no sapatinho, sinceramente. Porque o que eu quero no sapatinho é que o Alberto Gonçalves conserve 365 dias de silêncio. Que os militantes do Partido Socialista e do Partido Social Democrata e do Partido do Diabo que os Carregue ganhem vergonha. Que a Europa cesse de ser invadida por pessoas, que até podem ser as melhores pessoas do mundo, mas que não são europeias. Ser europeu é de uma especificidade maluca e é difícil viver na Europa se não se for daqui e é difícil aos europeus terem que conviver com as melhores pessoas do mundo que daqui não são.
Não me perguntem pelo que quero no sapatinho, é melhor que não me perguntem porque caso contrário vou ter que tornar público o que realmente desejo e o que realmente desejo é inconveniente à brava, por exemplo: quero que a Segunda Circular corra sem parvalhões que pensam que estão a salvar o planeta por causa de pararem o trânsito na Segunda Circular. Por exemplo: quero que os homens que gostam de praticar sexo com outros homens o façam com tranquilidade e recato. Não há problema nenhum em levar no cu, quando é o teu cu que leva. Só quando fazes disso política é que me enervas, percebes?
Não me perguntem pelo que quero no sapatinho, porque o meu calçado é esquisito e não aceita palmilhas corporativas, globalistas, liberais, sionistas, fascistas, maniqueístas, pagãs e toda a restante quantidade de solas interiores que estão a vender ao desbarato nas feiras de Bruxelas, nos saldos de Davos, nas promoções de Wall Street e nas liquidações de Washington.
Não me perguntem pelo que quero no sapatinho, não cometam esse dislate de cortesia vã, já que as probabilidades apontam para que eu responda como um bruto: bardamerda com o sapatinho e ajoelha-te perante a cruz.
Não me perguntem pelo que quero no sapatinho, porque a minha resposta inevitável será sempre qualquer coisa deste género: tenho 56 anos disto, deixem-me na paz de Cristo e vão à vossa vida.