sábado, agosto 31, 2024

Sobre a cega irresponsabilidade das massas.



A liberdade de expressão e de informação está neste momento a sofrer o maior ataque desde que Gutenberg inventou a imprensa. 

Alexander Durov, o fundador e CEO do Telegram foi preso em França. O X (ex-Twitter) - aquela que é a maior plataforma global para o livre discurso - está sob ameaça de interdição na Europa, no Reino Unido e foi ontem banido no Brasil. O próprio Elon Musk estará neste momento a pensar com os seus botões se não terá o mesmo destino de Durov, caso saia dos Estados Unidos ou Kamala Harris vença as presidenciais de Novembro. 

Mark Zuckerberg acabou de confessar que, a mando do regime Biden e do FBI, interferiu nas eleições de 2020 e censurou toda a gente que tinha uma opinião dissidente durante a pandemia. 

Na Alemanha e na Polónia, há ministros que mandam fechar órgãos de comunicação social arbitrariamente, sem mandato judicial. No Reino Unido, as pessoas estão a ser presas por comentários anti-imigração e "anti-sistema" nas redes sociais. Sob definições vagas e manipuladas ideologicamente, abrem-se excepções inúmeras ao Estado de direito e às constituições nacionais para perseguir a dissidência política em nome do 'discurso de ódio' e da 'desinformação'.  O delito de opinião reina, actualmente, no hemisfério ocidental, sendo até um alvo mais procurado do que a criminalidade violenta. A cada dia que passa, fica mais apertada a mordaça e os povos parecem estar a aceitar tudo isto com a bovina obediência que tem presidido ao seu comportamento desde a pandemia, como se sofressem da Síndrome de Estocolmo, vivendo psicológica e emocionalmente dependentes dos seus malfeitores.   

 

 

Não deixa de me espantar a facilidade com que as pessoas permitem a sujeição ao fascismo dos moraes, dos starmer, dos scholz, dos trudeau e dos macron deste mundo. Nesta altura do campeonato, devia estar mais conformado com o conformismo das massas, mas não. Continuo incrédulo. Continuo aparvalhado com a cobardia, com a cegueira, com a passividade, com o sonambulismo desta gente tonta e alienada, que nem consegue honrar os sacrifícios que os seus avós fizeram para que pudessem experimentar uma vida em liberdade. 

É certo que a civilização ocidental é um caso perdido, que a força do carácter dos seus povos decresceu na directa proporção do número de espermatozoides que os homens conservam nos genitais, mas ainda assim, seria de esperar uma reacção aos acontecimentos dos últimos tempos, caramba.

  

 

E hoje, sábado, 31 de Agosto, menos de 24 horas depois da língua portuguesa ter sofrido aquele que, em escala, será o maior atentado contra a sua integridade, os portugueses estavam entretidos com assuntos muito mais importantes:

 


Saber dizer não é uma das primeiras virtudes morais. Recusar a tirania, a prepotência de líderes fracos, a vilania dos poderosos, é uma responsabilidade individual e social. É o mais importante legado que podemos deixar aos nossos filhos. Mas a verdade é que eles vão herdar um inferno totalitário. Como é que podemos viver com a condenação até daqueles que mais amamos a um futuro assim negro? 

Disse um dia Thomas Jefferson:

"Quando a tirania passa a lei, a rebelião passa a dever".

Não somos dignos desta máxima, nem somos dignos dos homens que a respeitavam. Gordos, resignados e tristes, entregamos, sem dar luta, o nosso destino e o destino das gerações vindouras aos piores actores da história universal. Que deus nos perdoe. Porque já nem sequer acredito que nos possa salvar. Não merecemos ser salvos.   

 

PAULO HASSE PAIXÃO
Publisher . ContraCultura
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