quinta-feira, outubro 17, 2024

A bolha e o equívoco ou como as eleições de 5 de Novembro estão muito longe de estarem decididas.

Como as pessoas vivem enclausuradas em bolhas de informação digital, cujos algoritmos só lhes dão os inputs que gostam de receber, formam ideias completamente divergentes da realidade. E se o fenómeno acontece principalmente à esquerda do espectro político, há que reconhecer que também se plasma com significado à direita.

Vem este parágrafo a propósito da percepção que muita gente parece ter de que Donald Trump lidera neste momento as sondagens para as presidenciais de 5 de Novembro. Como já em 2020 sucedeuu, esse optimismo não tem razão de ser. Eu explico.

Para já: não é verdade que Trump lidere as sondagens. Há sondagens que lhe dão vantagem, curta, no total nacional, mas a maior parte dão empate técnico ou vantagem, curta, a Kamala. Umas como outras, estão dentro da margem de erro. 
 
O candidato republicano é favorito no contexto do colégio eleitoral, ou seja, no mecanismo que faz dos EUA uma república federal, mais do que uma democracia, e que, de forma a dar voz aos estados menos populosos, valoriza o número de votos colegiais sobre a votação nacional.

Como aconteceu em 2016, Trump poderá ser eleito mesmo que não tenha a maioria dos votos, desde que vença nos estados tradicionalmente vermelhos e em quatro ou cinco dos seguintes estados-chave: Georgia, Pensilvânia, Carolina do Norte, Florida, Wyoming, Michigan e Arizona.

Porém, a Pensilvânia está tremida e o Michigan é sempre difícil para um candidato republicano, seja ele quem for. Donald Trump terá assim forçosamente que vencer nos restantes estados. E não é liquido que o faça na Georgia e no Arizona, por exemplo.

O seu favoritismo, ainda assim, decorre principalmente de três factores: A dinâmica da sua campanha, o desastre da actual administração democrata e a imbecilidade de Kamala Harris. O facto do candidado republicano ser generoso em presenças públicas, entrevistas e comícios, bem como as duas tentativas de assassinato de que foi alvo, oferecem momento e entusiamo ao seu esforço eleitoral. O legado do regime Biden foi de tal forma catastrófico, tanto em termos económicos como de política externa, que até Harris, que é 'segunda em comando' desta administração, se está a apresentar como uma candidata "de mudança". O problema é que Kamala, de cada vez que abre a boca, demonstra à audiência que é paralítica do cérebro.

E é por isso que nas casas de apostas, por exemplo, Trump lidera por mais de 20 pontos:


Ninguém no seu perfeito juízo quer pôr o seu dinheiro num cavalo que não tem capacidade intelectual para o galope.

Ainda assim, e pondo de parte a alta probabilidade da fraude eleitoral, não é de todo um dado adquirido que o candidato republicano tenha a vitória como certa.

A verdade, verdadinha, é que tudo pode acontecer na noite de 5 de Novembro e na madrugada de 6. E tudo pode acontecer também, nos dias que ainda restam cumprir até lá chegarmos.