terça-feira, março 18, 2025

O Scott Ritter passou-se completamente.

No podcast do Juiz Napolitano publicado hoje, o Scott Ritter perdeu completamente as estribeiras e vai ser complicado, a partir daqui, que a sua voz (por acaso extremamente assertiva) volte a ecoar nos corredores da Casa Branca. 

Criticando a infeliz (para não dizer criminosa) decisão de Donald Trump em atacar os Houthi do Iémen, que só é justificada pela influência medonha e nefasta que os sionistas exercem sobre a actual administração, Scott chegou a chamar "idiota" e "estúpido" ao Presidente dos EUA, num momento de manifesta exaltação emocional (este homem tem o mesmo problema que eu - enerva-se com a sua própria conversa).

Não é que ele não esteja coberto de razão, porque está, mas este tom anula-lha a influência que pode ter na tomada de decisões ao mais alto nível da administração do seu país, até porque é sabido que o podcast do Juiz Napolitano não passa despercebido ao staff da Casa Branca. 


Neste caso específico, aquilo que mais enervou o Scott - o tom da mensagem publicada pelo Presidente no Truth Social - não é sequer o que mais me enerva e acho sinceramente que não valia a pena ter dito o que disse a esse propósito. Todos nós sabemos ou devemos saber que Donald Trump sofre de SIFA (Síndrome da Fanfarronice Egotista) e um dos sintomas da doença são os posts histriónicos nas redes sociais. 

O que realmente me enerva - e creio bem que deve enervar todo o cristão - é que ainda não vai ser desta que os Estados Unidos vão deixar de ter como passatempo nacional o rebentamento aleatório de seres humanos por esse mundo fora.

Tanto mais que para os EUA a passagem do Mar Vermelho nem é assim tão estratégica como isso, como muito bem documenta o sempre dissidente congressista Thomas Massie:

 

 

Se o regime Nethanyhau e o aparelho militar e industrial americano continuarem a dominar as decisões de política externa que se tomam na Sala Oval, o ataque do fim de semana passado a um dos países mais pobres do mundo servirá sem dúvida como pretexto para a abertura de uma frente de guerra com o Irão, porque é certo e sabido que os Houthi vão reagir contra forças militares ou civis americanas, sendo que a tribo islamita é financiada pelos aiatolás.

Mais a mais, a conversa de bastidores em Washington neste momento parece ser a de um ataque às bases da indústria nuclear iraniana.


 

Mas há que manter a máquina a funcionar, não é? 

 

 

Deve ser difícil a Scott Ritter reconhecer que mesmo com um mandato eleitoral claramente pacifista, o seu país voltará inevitavelmente a mergulhar o mundo em guerra. E nesse contexto, percebemos a sua revolta.

Mas devia sofrê-la mais baixinho, para que a sua voz fale mais alto.

Até porque neste momento não há assim tanta a gente a dizer as verdades que ele diz.