"Não somos livres. A realidade tem muito mais que se lhe diga do que nos levaram a acreditar. E Deus é real."
Matthew Brown
O terceiro episódio da série que recolhe o testemunho de Matthew Brown sobre o programa Immaculate Constellation é preenchido em boa parte pelas aventuras e desventuras do informador no Capitólio e as dificuldades que teve em comunicar o que sabia aos representantes do Congresso, já que elementos do staff dos congressistas, que Brown especula trabalham eventualmente para a CIA, tudo fizeram para bloquear esse trânsito de informação.
Brown fala que viu filmes e leu documentos relativos a discos voadores, provavelmente de tecnologia humana, que se escondem em nuvens e desaparecem de repente, objectos voadores parecidos com alforrecas e tentativas, muitas vezes frustradas e perigosas, de intercepção de orbes e outros objectos não identificados.
O denunciante discute também a diversidade de formatos e tecnologias que observou, bem como o facto de certos veículos se movimentarem debaixo de água sem que isso altere a sua velocidade e comportamento dinâmico.
Brown, que afirma de forma intrigante que podia dizer mais, se para aí tivesse virado, e que há mais informadores na lista de espera, revela também que o Pentágono tem muitas dificuldades em detectar e monitorar o fenómeno e as suas manifestações e especula que o secretismo também se relaciona directamente com essas dificuldades, que são difíceis de admitir pelas forças armadas americanas. Até porque a engenharia reversa que tem sido utilizada para replicar os veículos de origem não humana não se equipara à tecnologia original.
E sobre a identidade destas entidades? O informador foge à pergunta, mas afirma que estes seres não humanos dividem-se em facções dentro da mesma espécie e em múltiplas espécies, vivem na Terra e já cá estão há alguns milénios pelo menos, interessando-se pela humanidade como manifestação de vida consciente, que será vista como um "recurso", possivelmente até como uma "mercadoria", ou mesmo como "entretenimento" por estes seres.
Insistindo na sua teoria de que há uma elite que está a deixar as massas na ignorância, por ganância e sede de poder, e que vivemos basicamente na caverna de Platão, sem acesso à realidade última das coisas e impedidos de progredir cientificamente, Brown remata o seu testemunho com algumas frases poderosas, afirmando, por exemplo e para além da citação que inicia este texto:
"Temos liberdade de expressão, mas não temos liberdade de inquérito. (...) Ensinam-nos falsa ciência, intencionalmente."
Para os investigadores e entusiastas do fenómeno, este último episódio é capaz de ser o mais fascinante, embora padeça do mesmo problema dos dois segmentos anteriores: ausência de provas materiais. Ou acreditamos em Matthew ou não acreditamos. E podemos até considerar que o informador diz a verdade, mas que ele próprio está a ser enganado por agentes de desinformação. Além disso, muito deste último episódio é mera opinião. Podemos desconfiar que o homem está no trilho certo, até, mas não há como demonstrar essa bombástica assertividade.
Todo o testemunho de Matthew Brown consiste na verdade numa ambiciosa e sinistra teoria da conspiração. O que nos deve deixar preocupados, já que a teoria da conspiração, como os amigos do Blogville sabem bem, é o método científico mais fiável do século XXI.