Como sou, regra geral, um crítico acérrimo de TODOS os políticos, é natural que aqueles que me leêm se perguntem: mas que porra de gajo é que este animal queria ver no poder?
A resposta, por acaso, é muito simples: eu gostaria que as instâncias do poder político no Ocidente fossem interpretadas por amadores. Quero eu dizer, por pessoas como tu e eu, estimado leitor, que desejam tudo menos serem políticos e deterem poder político. Só merece o poder quem tem nojo do poder (sobre este assunto, será recomendável ler Marco Aurélio).
Ora, neste contexto taxonómico, o político amador que mais considero, nesta altura do campeonato, é um senhor chamado Thomas Massie, que já foi algumas vezes mencionado aqui no blog, e no Contra também.
Odiado de morte por Donald Trump, porque acha que o governo federal deve ser emagrecido radicalmente e radicalmente comedido em gastos, e porque acha que os Estados Unidos não se devem envolver em guerras só para alimentarem o complexo militar e industrial do país, a sede de sangue dos apparatchiks de Washington e a pressão sionista, o representante populista/libertário/republicano da câmara baixa do Congresso é um tesouro em forma humana. Quando está em Washington DC, vive numa autocaravana, no parque de estacionamento do Capitólio. Quando está na sua quinta de Kentucky, vive de tal forma independente que produz tudo o que necessita, incluindo alimentação e energia.
Massie é o verdadeiro dissidente da Câmara dos Representantes. Obstinadamente fiel aos seus princípios, destemido e irreverente e batalhador até ao limite do senso comum, este homem detesta fazer política (é um realizado engenheiro eléctrico), mas adora a possibilidade de contrariar as ambições dos políticos. Está na profissão por ódio da profissão. E esta participação no podcast de Theo Von, que, apesar dos seus 4 milhões de subscritores, é um produto mediático de tal forma informal e fora da caixa que é evitado pela "gente séria" da política americana, faz prova disso mesmo.