quarta-feira, junho 04, 2025

Bem... O Musk passou-se completamente:


Não sei que pedrada embateu contra a testa de Elon, ou se não gosta da "grande e linda" lei orçamental porque não encontra lá grandes riquezas para as companhias que dirige, mas devo dizer que o senhor está carregadíssimo de razão. 

Contexto: o pacote orçamental que Donald Trump está a forçar no Congresso é na verdade muito parecido - no despesismo, no gigantismo, na ambição desmedida, na irresponsabilidade cega em relação à divida pública e na impossibilidade de auditoria futura - com qualquer iniciativa legislativa deste género de Biden, Obama ou Bush, filho. E tem até componentes sinistros, como a cláusula que invalida o poder de qualquer estado de legislar sobre tecnologias de inteligência artificial, dando ao governo federal um poder totalitário sobre a principal máquina de vigilância das massas do século XXI. 

A spending bill de Trump gasta, gasta, e gasta como se não houvesse amanhã e, concretizando-se, vai contribuir de facto para a falência do dia seguinte. A proposta ensandecedora de aumentar o tecto da dívida em cinco, sim 5, triliões de dólares, será a esse título, exemplar. 

A filosofia económica por trás desta aberração está datada de cinquenta anos, insistindo que cabe ao estado a inteira responsabilidade pelo desenvolvimento económico de um país; e é sobretudo religiosa, acreditando, sem evidência material ou histórica, que a dívida soberana americana pode ser literalmente inumerável desde que o seu PIB se mantenha em crescendo.

Talvez fosse pertinente que, sobre este específico assunto, o Presidente americano conversasse menos horas com a imprensa, que o odeia de morte, e mais uns minutos com Javier Milei, que o considera deveras e que lhe podia dizer duas ou três coisas sobre os efeitos nefastos da centralização económica.

Às vezes, cansa-me estar constantemente a dar más notícias àqueles que têm a paciência de aturar este blog, mas a administração Trump está a transformar o sonho populista num pesadelo sem nome. Em quase todas as frentes, com as excepções do combate à imigração descontrolada e às políticas de identidade.

Mas pelo caminho que as coisas estão a tomar, qualquer dia vemos o inquilino da Casa Branca a encabeçar uma marcha de orgulho gay.