Se sentes a dor,
não desejes que termine.
Se sentes o júbilo,
não desejes que permaneça.
Perante a morte, não desejes viver.
Perante a vida, não desejes morrer.
Elimina o desejo da tua existência.
Acaba com as aspirações e as ansiedades
e as manias e as vontades.
Termina com a ambição disto e daquilo.
Extingue o aparelho passional e principalmente desliga
os sentidos.
Lembra-te a cada minuto que a tua vida
é nada.
Que tu és nada.
Que o mundo é pó do cosmos,
apenas a terceira rocha agregadora de átomos de carbono
a contar do sol e que o sol é não mais
que uma lanterna mínima e minimal na imensa escuridão
de tudo.
E tu, uma coisinha ínfima e
sem importância nenhuma;
E tu, animalzinho quântico da vasta ecologia
dos deuses,
pára.
Respira fundo.
E vive a paz deste momento.