segunda-feira, julho 11, 2016
Hoje à noite, em Paris.
Hoje à noite, em Paris, o Fernando Santos fez o jogo perfeito. o Éder fez o jogo impossível. O Rui Patrício fez o jogo improvável. O Nani fez o jogo da vida dele. O Pepe é que não. O Pepe fez o jogo do costume. E foi rei. Imperou MVP.
Hoje à noite, em Paris, aconteceu um fenómeno poltergeist que vingou Eusébio, que vingou Simões, que vingou Humberto Coelho, Chalana, Futre (sim, sim), Figo, Rui Costa, João Pinto e que vingou, claro, Cristiano Ronaldo. Que deu a mais saborosa das vinganças a um povo que adora futebol. A um povo que sabe jogar à bola (não faço a distinção do seleccionador nacional).
Hoje à noite, em Paris, aconteceu transcendência, pura e dura, e o futebol é, como muito bem escreve o enorme Bruno Vieira Amaral, uma experiência religiosa.
Assim sendo, hoje à noite, em Paris, fez-se um bom bocado de história da religião. Porque digam o que disserem, o golo lindíssimo do pretinho feio é completamente epistemológico.
Esta selecção não era a melhor selecção do torneio, como é óbvio. Mas isso não quer necessariamente dizer que não ganhámos bem. Ou que não merecemos ganhar. Já merecemos ganhar vezes demais para não sermos agora merecedores da boa glória.
Hoje à noite, em Paris, a glória foi de Portugal. Viva Portugal.