Talvez um dos últimos discos de puro indie rock britânico desta Discoteca, "Our Eartlhy Pleasures", de 2007, o terceiro disco dos Maxïmo Park, é um objecto anacrónico, que nem sei se sobreviveu bem aos 14 anos que entretanto passaram, mas que é incontornável na epistemologia dos meus ouvidos, pelo que terá que ocupar o seu justo lugar olímpico.
De génese caótica (a banda esteve para acabar antes de começar já que era deficitária de quem soubesse entoar uma melodia e o vocalista, Paul Smith, foi encontrado in extremis num obscuro pub de Newcastle) e desenvolvimento assimétrico, com altos e baixos na montanha russa dos seis álbuns editados entre 2005 e 2014, os Maxïmo Park são um fenómeno que oscila perigosamente entre o génio e a mediocridade. Mas, talvez por isso, quando acertam, debitam um balanço absolutamente assustador, espécie de vendaval estereofónico de que os 3 minutos de explosão melódica que aqui deixo são um exemplo monumental.
Uma coisa é certa: quem ouve isto não pode ficar insensível ao poder cinestésico do rock.