terça-feira, agosto 03, 2021

Não são boas notícias.

Os Estados Unidos da América podem rapidamente entrar em default, ou seja, deixarem de pagar os seus compromissos relativos à dívida federal de 28 mil biliões de dólares que desastrada e irresponsavelmente deixaram acumular. O Congresso não se entende por forma a permitir que a administração se endivide ainda mais e possa cumprir as prestações da dívida e a coisa pode começar a correr mal nos mercados financeiros e não só. A Reserva Federal Americana já fez saber que planeia tomar "medidas excepcionais" que passam pela alienação de património do estado e capitalização de fundos de pensões da administração pública, soluções estas que dificilmente terão consequências em tempo real e que só adiam o problema.

Acresce que a economia americana está já a sofrer com altos índices de desemprego, inflação a disparar e problemas de produção e distribuição que levam à escassez de bens no retalho, para além do cataclismo social e económico resultante do levantamento da moratória Covid sobre as rendas urbanas: há muita gente que vai ser despejada e há muitos senhorios que vão deixar de receber rendas.

O panorama não é nada positivo. E depois da pandemia, claro, tudo o que não precisamos é de uma recessão daquelas históricas.

Há também que não esquecer um detalhe importante: a China detém um boa fatia da dívida americana. O default dessa dívida pode trazer problemas entre as duas nações que superam largamente o drama económico. Porque depois da pandemia e concomitantemente com uma recessão daquelas históricas, convenhamos, um conflito militar entre duas potências nucleares não vem nada a calhar.