quarta-feira, março 09, 2022

Como transformar um conflito regional numa guerra mundial #06

Enquanto até Volodymyr Zelenskyy parece abrir a porta para a paz, concedendo às exigências russas (2 novos estados independentes no leste da Ucrânia e abandono da sua pretensão de ser membro da NATO), em Washington já só se fala em decretar e implementar uma "No Fly Zone" sobre o espaço aéreo ucraniano, o que na prática é um acto de guerra que muito provavelmente vai fazer escalar este conflito à dimensão global.

Em entrevista a Laura Ingraham, Tusly Gabbard pergunta-se porque não é a atitude conciliadora do chefe de estado da nação agredida aproveitada para lançar rapidamente as pontes diplomáticas para a paz. E chega naturalmente à conclusão óbvia: porque a administração Biden quer a guerra.



Como já estou cansado de escrever aqui, na Casa Branca - e noutros centros de poder mais ou menos obscuros da esfera ocidental - uma terceira guerra mundial é bem vinda. Para Joe Biden, como para Boris Johnson, trata-se de uma corda de sobrevivência política no contexto de administrações autoritárias, desastrosas e extremamente impopulares, bem como um caminho directo, mesmo que disparatadamente oneroso e empobrecedor de 99% da população mundial, para a implementação de um novo paradigma energético, que cumpra a agenda do mais fanático e insano ambientalismo (aquele que não olha a meios para atingir os seus lunáticos fins). Para Macron, Trudeau ou os senhores do WEF, é o perfeito pretexto para a definitiva e totalitária instalação do Gret Reset. Para a União Europeia, uma forma de sair da esquizofrénica dependência energética que, por idiotia e corrupção, entregou aos russos. Para a NATO, o domínio total, imperial, sobre a Europa.

Podem até morrer milhões. Há valores mais altos. Como sempre acontece na História, as ideologias radicais não valorizam a vida humana no presente do indicativo. Em nome dos amanhãs que cantam (e que acabam por nunca chegar, como sabemos muito bem) há que desenvolver sacrifícios em massa. Há que voltar a acender os fornos. Há que recuperar a lógica dos Gulags. Há que despoletar finalmente o cavaleiro do apocalipse nuclear.

A cada dia que passa, torna-se mais nítido que Putin, draconiano e criminoso personagem que é, não consegue ainda assim superar a vilania ocidental. Os maus da fita somos nós. Os maus da fita somos nós. Os maus da fita somos nós.