sexta-feira, junho 03, 2022

A discoteca da minha vida #112: "Tourist History", Two Door Cinema Club.

 

Primavera de 2010. Três irlandeses a sair da adolescência decidem libertar um foguetão melódico que nos últimos 3 anos tinham enchido de explosivos para ir rebentar com fúria acelerada e estrondo magnífico nos ouvidos da humanidade.

Bum. O efeito é o desejado. Completamente.



"Tourist History" é uma coisa imparável, prototípico produto da juventude inquieta que não sonha com doenças reumáticas, projectil pop que viaja à velocidade de mil riffs por minuto, sem que as baterias pareçam mostrar sinais de cansaço.



O trato desenfreado que os Two Door Cinema Club dão às guitarras, nesta obra que desafia os metrónomos de melhor indústria, é concomitantemente bárbaro e gentil, brutal e sensível, minimal e complexo, explosão de talento e pressa de chegar. Não sei se há muitos discos tão intensos na música ligeira do século XXI. Mas tenho a certeza que este foi feito para bater esse recorde.



Estou a ouvir os rapazes 12 anos depois de ter vibrado com eles, e é impossível não ficar bem disposto. A energia, o optimismo, a inocência, a velocidade, a filosofia de ataque, a incrível imensidão de um palco sonoro fabricado apenas com seis manápulas frenéticas, ainda me deixa meio espantado. Este disco faz bem à saúde. Mesmo apesar de corremos o risco de sofrer, logo à primeira audição, um ataque cardíaco.



Two Door Cinema Club. Quando de repente descobres que os teus tornozelos são capazes de ganhar asas.