sábado, junho 04, 2022

A impunidade da pedofilia num mundo putrefacto.

Resultado da investigação realizada a propósito do julgamento de Ghislaine Maxwell, a Procuradoria Geral dos Estados Unidos tem em seu poder a lista de clientes pedófilos de Jeffrey Epstein. Essa lista, seguramente constituída por gente muito rica e muito poderosa, que preenche uma parte significativa da elite americana e não só (o príncipe Eduardo, duque de York e filho favorito da rainha de Inglaterra é um caso flagrante), seria de grande utilidade para investigar a rede criminosa e processar os predadores, sossegar as vítimas e, de uma vez por todas, calar os rumores e as teorias da conspiração que suspeitam que um tenebroso anel de pedofilia cerca as mais altas esferas do poder em Washington.

Ao contrário, e contribuindo para a intensificação dessas teorias, a procuradoria nesta altura já deve ter destruído a lista ou estará fechada a sete chaves no cofre mais seguro da história das arcas secretas. Nem a informação veio a público nem nenhum processo judicial foi levantado contra os criminosos que nela constam.


Para além da corrupção óbvia da procuradoria, até Elon Musk estranha que a imprensa não se mostre curiosa. Num mundo normal, uma lista de pedófilos ricos e poderosos caída nas mãos da justiça e pela justiça sonegada faria manchete em todos os jornais de referência, seria tema de abertura de telejornais e assunto favorito de artigos de opinião. Prémios Pulitzer seriam ganhos a propósito de reportagens de fundo sobre o escândalo, adaptações ficcionadas e documentários objectivos seriam produzidos a propósito e às carradas.

É verdade. Mas não vivemos num mundo normal. Vivemos num mundo satânico, em que muitos dos actores das elites ocidentais têm por hobby a prática de sexo com crianças. E fazem-no com toda a impunidade. Porque nem a justiça nem a imprensa parecem disponíveis para expor a podridão. Porque a justiça e a imprensa fazem parte da podridão.