Que estranho: a natalidade está em queda livre. Porque será?
Na Alemanha o número de de nascimentos sofreu no primeiro trimestre de 2022 uma queda abismal, na ordem dos 20%, o que é estatística e historicamente assustador:Em Taiwan, a queda na natalidade é de 23%, em 2022.
E os escoceses, que já há uns anos decidiram deixar de ter filhos, devem estar a agradecer aos deuses da infertilidade pelo agravamento do trend.
É um mistério, mas a mortandade continua em excessos olímpicos. Alguém pode explicar porquê?
Entretanto e simetricamente, o ano de 2022 traz excessos de mortalidade um pouco por toda a parte. Em Portugal, seria talvez pertinente que um, apenas um, dos milhares de imbecis que passam por jornalistas neste país perguntassem à doutora Graça Freitas porque raio é que está a morrer tanta gente. De Covid 19 é que não é de certeza absoluta, por muito que a Direcção Geral de Saúde inflaccione os números da pandemia.
Em Espanha, é a mesma desgraça. As curvas de mortandade sobem muito acima da média sem que ninguém procure saber as causas da tragédia. Não há nada para ver aqui. É seguir e calar, porque as "autoridades" têm isto controlado. E as agências funerárias também.
Aliás, Os números oficias da mortalidade na União Europeia são de fazer cair o queixo a qualquer demógrafo, embora, que eu saiba, nem comissários, nem eurodeputados, nem a Organização Mundial de Saúde, nem a comunidade científica, nem a imprensa pareçam ter grande interesse em justificar a hecatombe. Ou trabalhar para a travar. Durante a pandemia, toda esta gente falava em salvar vidas a qualquer preço, mesmo que esse dispêndio passasse por anular garantias constitucionais, o estado de direito, a saúde económica das nações e o bem estar psico-social dos povos. Agora, as pessoas continuam a morrer que nem tordos. Mas a devoção fanática pela salvaguarda das suas existências esmoreceu até ao zero absoluto.
E nos intervalos desse esmorecimento, circulam as farmacêuticas, despreocupadamente, como se o irresponsável, experimental, mandatório e criminoso processo de vacinação que foi implementado à escala global não fosse para aqui chamado.
Fora do âmbito europeu, não encontramos melhores notícias. Na Austrália, a tirania implementada a propósito da pandemia não só foi falha em evitar uma enorme quantidade de cadáveres, como parece ter criado, como efeito secundário, uma pilha ainda maior de mortos, que o governo local também ainda não teve o escrúpulo de explicar. Da explosão de óbitos em 2022, apenas 6% são relacionados com o Covid 19 e é preciso notar que neste país de doidos se fores devorado por um crocodilo e estiveres infectado com o virús chinês, a causa oficial de morte será o vírus chinês (répteis gigantes à parte, é como em Portugal).
Na África do Sul, a pandemia acabou, mas a mortandade generalizada não. Continua excessiva, em todas as faixas etárias, por qualquer razão desconhecida.
Há-de certamente chegar um momento no futuro em que será claro para toda a gente que entre 2020 e 2021 foi implementado, com eficácia assombrosa, zelo ímpar e colaboração proactiva das vítimas, um dos mais mortíferos e bem orquestrados crimes contra a humanidade na história universal das chacinas. Será decerto tarde demais para culpar os responsáveis porque os responsáveis, enquanto forem vivos e detiverem o poder, não vão permitir esse ajuste de contas.
Não tenho qualquer dúvida que este implacável movimento contra a humanidade é propositado. De Bill Gates às grandes corporações de Silicon Valley, das elites de Davos à namorada de Boris Johnson, do Papa ao Presidente dos Estados Unidos da América, de Macron a Draghi, de Xi Jinping a Justin Trudeau, de Silicon Valley ao Pentágono, de Bruxelas a Wallstreet, toda a gente acha que há seres humanos a mais no mundo. Toda a gente acha que todos esses seres humanos têm liberdade em excesso. Conforto em excesso. Filhos em excesso.
O fim de Roe Vs. Wade está a deixar os radicais loucos de raiva, porque ter filhos é horrível.
E a propósito de filhos: a América está a ferro e fogo, por estes dias, por causa de uma decisão do Supremo Tribunal, que anulou a célebre e delirante jurisprudência decorrente do caso Roe Vs Wade, em que a práctica do aborto era legitimada constitucionalmente como um acto de saúde pública que não pode ser negado aos cidadãos da federação. Era capaz de discorrer aqui sobre a idiotia disto até ao sono de todas as coisas, mas basta pensarmos que:
- Nos Estados Unidos o aborto é gratuito, mas se sofreres de cancro e não tiveres seguro de saúde, podes morrer à vontade que ninguém se preocupa com isso. Enquadrar o aborto como um direito inalienável a cuidados universais e públicos de saúde num país que, objectivamente, não os tem é de uma incontinência ideológica que é até difícil de equacionar.
- A decisão do Supremo não ilegaliza o aborto. Apenas conduz a sua legislação para a soberania dos estados.
- O precedente de Roe Vs Wade não foi criado para que o aborto fosse usado como método de contracepção. Nem para que se praticassem abortos sobre fetos com nove meses de gestação. Mas acabou por ser fundamental para que os Estados Unidos (uma nação que era, neste âmbito, bastante conservadora, até por causa das suas raízes cristãs) se transformassem, em duas ou três décadas, num dos países onde é mais fácil, rápido e barato abortar.
Mas é claro que o elogio da vida é hoje uma heresia. E incentivar o aborto é contribuir para o declínio da natalidade. E isso é óptimo. Tão bom como os excessos de mortalidade. Para os líderes que temos, quanto mais morte, melhor.
Eu por acaso até tenho opinião dividida sobre este assunto, não sou nenhum fanático pro-life, compreendo que existam situações na vida de uma mulher em que a interrupção, atempada, da gravidez possa e deva ser assistida por serviços de saúde tecnicamente qualificados e, senão gratuitos, acessíveis. Mas essa conversa não cabe agora neste texto que já está por demais extenso. E o histerismo a que se tem assistido nas ruas e na imprensa e nos corredores do poder e nas redes sociais e nos conselhos de administração das corporações deixa-me completamente arrepiado. Porque mesmo entre fanatismos, perceberei sempre melhor quem é a favor da vida do que quem faz, militante e alegremente, a apologia da morte.
Tucker Carlson, no monólogo desta noite, expõe o colapso moral que a propósito deste assunto se manifesta aberrantemente no seu miserável país. E faz sobretudo a crítica das grandes empresas, que por razões absolutamente mesquinhas, defendem a interrupção da gravidez como um motor de progresso e bem estar sócio-económico. Como se ter filhos fosse um mal para as sociedades. Como se a constituição de família fosse uma maldição para os indivíduos. Como se a natalidade fosse uma praga.
Num mundo ao contrário, é a morte que se celebra. É a vida que se excomunga.