quinta-feira, junho 23, 2022

Do ambientalismo radical ao regresso do carvão, no espaço de meses.

Bem sei que é difícil acreditar na história que vou contar a seguir, mas é real. Não há uma pontinha sequer de ficção aqui.

Do alto da sua sabedoria transcendente, e com o intuito de atingirem metas de redução de libertação de dióxido de carbono absolutamente delirantes, os dirigentes políticos alemães decidiram aqui há uns anos fechar todas as suas centrais nucleares e investir em energias renováveis. Acontece que o processo de obliteração da produção de energia nuclear terminou no princípio de 2022, precisamente quando a guerra na Ucrânia começou. Portanto: foi exactamente quando mais precisavam de ser energeticamente independentes, que ficaram completamente dependentes das energias russas* (não consegui escrever esta frase sem um sorriso de ponta a ponta das diametrais bochechas).

Até porque a produção resultante das industrias de energias renováveis não chega a satisfazer nem vai satisfazer tão cedo metade da procura interna, mesmo cumprindo metas insanas como a da instalação de 30 turbinas eólicas por semana (a paisagem alemã dentro de 10 anos será uma coisa linda de ver e extremamente amiga do ambiente).

Dada a crise política e energética decorrente do ódio de estimação que alimentam em relação ao seu primeiro fornecedor externo de gás e petróleo, os mesmos dirigentes que transformaram a Alemanha num país pioneiro de produção energética renovável decidiram agora que o melhor mesmo é voltar... ao carvão.

Não, não estou a brincar.

Por muito que a malta não goste de alemães - e há boas razões para isso - a verdade é que se trata de um povo que não é propriamente conhecido pela estupidez. Essa impressão está, obviamente, errada. Os alemães contemporâneos constituem por certo uma das tribos mais estúpidas que alguma vez pisou a superfície deste belo planeta.

É que não há outra explicação para isto:


* A razão pela qual os alemães ficaram energeticamente dependentes dos russos constitui outra história inacreditavelmente estúpida, que já contei aqui.