A speaker da Câmara dos Representantes do Congresso americano, outra geronte que já devia estar reformada há coisa de uns 20 anos, está a transformar os mares do sul da China num barril de pólvora. A sua tresloucada e despropositada viagem a Taiwan, que o Comité Central do Partido Comunista considera parte integrante da China, fez escalar as tensões geopolíticas na região. Mas a que se deve esta visita oficiosa, tanto como perigosa, e sem propósito diplomático, de Nancy Pelosi a Taiwan?
A ilha é o primeiro produtor mundial de semi-condutores. Pelosi, que enriqueceu ilegalmente nos mercados financeiros usando informação privilegiada a que tem acesso nos corredores e gabinetes do Congresso, está preocupada com os seus investimentos nesta área. E a protecção da sua fortuna justifica plenamente o alto risco de levar os chineses ao ponto de não retorno: a invasão da ilha.
Isto é produto da minha especulação. A especulação de Tucker Carlson vai um bocado mais longe.
Numa altura em que os Estados Unidos, mais preocupados em condicionar ideologicamente as suas forças militares e agências de inteligência do que em reforçar a sua operacionalidade, enfraquecidos depois da humilhante retirada do Afeganistão, fragilizados pela crise económica de que são primeiros responsáveis e liderados por um demente senil, cuja administração na verdade odeia o seu país e pelo menos metade dos seus cidadãos, não têm qualquer condição de encarar um conflito militar ou meramente diplomático com o país que, para todos os efeitos, é hoje a primeira potência mundial, esta viagem de Pelosi pode muito simplesmente ter sido programada por Washignton para deixar cair de uma vez por todas o seu debilitado domínio estratégico na Ásia.
Mais que uma provocação, este será, segundo Tucker, uma espécie de convite aos chineses para invadirem a próspera ilha e libertarem a América do incómodo geo-político.
Nos dias que correm, o pundit da Fox consegue desenhar teorias da conspiração ainda mais especulativas do que aquelas que o Blogville é capaz de produzir. Mas como todos sabemos ou devemos saber, dadas as evidências dos últimos anos, quanto mais delirante é a teoria, mais perto estará da verdade dos factos.