Graças à desastrosa táctica da Jumbo Visma, que acabou por deixar Primož Roglič completamente sozinho nos quilómetros decisivos da subida, e à boa resposta que o Belga deu aos desafios da competição ciclística em altitude, Evenepoel perdeu apenas 25 segundos para o esloveno, que só foi capaz de atacar a mil metros do fim. Resultado: Primož está agora a 1:34 do líder, quando as etapas onde seria possível ganhar tempo significativo a Remco já foram na verdade corridas.
Estranhou-se porém a imaturidade do líder da prova, que aceitou o convite de Roglič para liderar o grupo onde seguiam quando a única coisa que tinha a fazer era defender-se e correr sempre atrás do esloveno. Um dos problemas de Evenepoel é precisamente o seu excesso de confiança. Se não trata desta doença vai ter muitos desgostos na sua carreira. O líder da Quick Step acha-se o melhor do mundo, nitidamente. Mas não o é. Será um dos melhores cinco ciclistas do circuito profissional, sim, vai ganhar a sua primeira prova de 3 semanas e tem um futuro sorridente, sem dúvida. Mas não vale a pena esticar mais as credenciais. Pelo menos por enquanto.
Para além de Enric Mas ter ganho algum tempo aos dois primeiros, cimentando o seu terceiro lugar e aproximando-se bastante de Roglič, e de Carlos Rodriguez ter descido um lugar na classificação, por troca com Ayuso (é até capaz de perder a actual 5º posição para Miguel Ángel López, no que resta da Vuelta), nada mais de significativo aconteceu nesta etapa rainha.
João Tomás entrou muito atrasado na última subida e teve, mais uma vez, que recuperar, chegando em 11º, mas mantendo o seu sétimo lugar que é a melhor posição a que pode aspirar neste momento, para sermos realistas. Isto embora Thymen Arensman, que está em oitavo, parta hoje a apenas 5 segundos do português. O João vai ter que lutar até ao fim para conservar esta classificação que não é boa nem má. É o que é.