terça-feira, junho 18, 2024

A pergunta de um zilião de dólares: o que é afinal a consciência?

Ninguém está de acordo sobre isto e há não sei quantas definições dsiponíveis. A minha definição seria: Consciência é a percepção profunda da identidade - ou do 'eu' - e do seu potencial transcendente.

Quero dizer: somos conscientes porque intuímos que, para além do aparelho biológico, existe em cada um de nós uma entidade única, em certo sentido insondável, equipada de forma imanente com sentido moral e, logo, potencialmente imaterial e transcendente.

Desconfio que essa entidade interage, sem que disso tenhamos sensação empírica, com as outras entidades sencientes do universo, num processo geral, macrocósmico e de natureza emergente, de ganho de consciência

E a esse processo emergente de ganho de consciência podemos chamar Deus (ou melhor ainda, o Processo de Deus).

Vem esta conversa a propósito de um recente estudo que demonstra a plausabilidade da teoria de Roger Penrose, de que o cérebro humano funciona através da constante superposição de estados quânticos, que constituem, segundo o célebre físico, Prémio Nobel em 2020, a plataforma consciente do ser humano.

A tese, que é polémica porque, que se saiba, os estados quânticos colapsam em microsegundos e só conseguem alguma estabilidade a temperaturas próximas do zero absoluto (-273ºC), é no entanto muitíssimo interessante e fornece pano para muitas mangas especulativas, entre as quais a hipótese, que sugiro no terceiro parágrafo deste texto, de que a consciência humana existe em rede com outras consciências e interage com o campo cósmico, mesmo que apenas no plano quântico (talvez por isso, não seja experimentada pelos sentidos).

E se Penrose não tinha até agora evidências laboratoriais que confirmassem as suas elaborações matemáticas, este estudo do anestesiologista Stuart Hameroff contribui deveras para o fortalecimento da tese.

Anton Petrov explica a coisa melhor que eu posso ou sei, embora as suas conclusões, como sempre, sejam excessivamente materialistas para a minha sensibilidade mística.