quinta-feira, agosto 08, 2024

A depressão de um conservador britânico ou como lidar com a derrota.

Neste clip, nota-se que um deprimido, vencido e humilhado Carl Benjamin sabe perfeitamente que está condenado a um regime globalista, distópico, totalitário, durante os próximos 4 ou 5 anos, pelo menos e, em desespero de causa, arrisca uma centelha de esperança, que soa a falso como o diabo, para esse médio prazo, que consiste numa eventual vitória de Farage lá para 2028 ou 29. Se entretanto não for preso ou exilado. Se o Reform UK não for entretanto interdito. Se o Reino Unido não se transformar entretanto numa ditadura em absoluto ou num território mergulhado numa perpétua guerra civil ou, pior ainda, na Terceira Guerra Mundial. 

Se, se, se... 

 

Mas não é só o Carl que está completamente entalado, (para não dizer fodido, que é feio). Estamos todos, no Ocidente. Todos. 

Mesmo os que não estão a dar por isso. Mesmo os que estão do lado distópico da barricada. Todos. 

E as coisas vão piorar muito, durante muito mais tempo, antes de melhorarem. Eu tenho 57 anos e acho que já não vou a tempo de ver as coisas melhorarem.

Resta-me apenas continuar a lutar. Com palavras, com actos, com a verdade de Cristo. Rezo para ter essa força, enquanto durarem os meus dias. Mas não tenho a certeza, para ser honesto como devo, de que o consiga. 

Muitas vezes dou comigo a pensar se este é o caminho que devo percorrer. Se a minha luta não é fútil, contra a corrente da História.  

É claro que concluo que não, caso contrário já aqui não estava. Mas também é verdade que não estou nada satisfeito com o curso das grandes e das pequenas coisas. E nas pequenas coisas posso influir. Por exemplo, a partir de Setembro, o Contra vai publicar mais cultura e menos política. Talvez isso implique uma produção de conteúdos menor, talvez não, mas tenho que começar a cumprir realizações que me dêem mais prazer.

Vou contar, para esse objectivo, com a participação de terceiros, mas é sobre mim que recai obviamente a responsabilidade de ser até fiel ao espírito inicial do Contra, que era, para além de fazer a crítica da cultura estabelecida, o de produzir cultura alternativa.

Como já tenho escrito por diversas vezes, é importante reconhecer que estamos a perder esta guerra, que é de carácter espiritual e - por isso - será a mais importante de todas as guerras, mesmo que não seja de agora, mesmo que seja uma guerra tão antiga como é antiga a condição humana. 

É por isso fundamental reajustar estratégias, porque o que temos feito até aqui, o que eu tenho feito até aqui, não pode ser considerado como um esforço bem sucedido.

E se é verdade que será sempre insignificante o meu labor, perante a grande fenomenologia dos eventos contemporâneos, interessa-me seja como for estar de bem comigo e com aquilo que faço todos os dias.

Tenho a teimosia de querer dormir pacificado.

Voltarei a este assunto.