sexta-feira, junho 06, 2025


Legisladores democratas propõem triliões em reparações para afro-americanos.

Os democratas da Câmara, liderados pela representante Summer Lee, reintroduziram uma resolução que apela a reparações federais para descendentes de escravos e outros negros americanos, propondo triliões de dólares em pagamentos.


Governo espanhol investe milhões dos contribuintes num plano para combater o nacionalismo.

Enquanto os partidos populistas e nacionalistas ganham terreno em toda a Europa, Madrid aumenta a despesa pública para combater alegadas ameaças da "extrema-direita". Pode ser que o feitiço se vire contra o feiticeiro.


 

Marés vivas

A arte do haiku: O Atlântico ruge, agita-se e finge ameaças, mas Deus está bem disposto.


A farsa contra Pio XII: o Papa que desafiou Hitler

Durante décadas, uma mentira maliciosa foi repetida até soar como verdade: a de que o Papa Pio XII teria sido cúmplice silencioso do Holocausto. Contra essa farsa histórica, resta o compromisso com os factos. Uma crónica de Marcos Paulo Candeloro.


quinta-feira, junho 05, 2025

E há mais sangue, se possível:

Acabei de ficar sem queixo.

Que caiu no abismo deste post do Elon Musk.

Ex-analista da CIA: é “100% certo” que a agência esteve envolvida no ataque com drones ucranianos a aeródromos russos.

A razão e o senso comum apontam para que o ataque ucraniano à frota nuclear russa foi realizado com o apoio da Nato e dos serviços de inteligência ocidentais. E Donald Trump, sabia ou não do que ia acontecer? As duas hipóteses são igualmente preocupantes.


China testa tecnologias de modificação climática com drones.

Cientistas do governo chinês lançaram uma frota de drones semeadores de nuvens que pulverizaram pó de iodeto de prata sobre a região ocidental de Xinjiang, aumentando num só dia a precipitação em mais de 4%, numa área com 3.089 milhas quadradas.



 

Jeffrey Epstein: agente da CIA ou da Mossad?

Não faltam razões para desconfiarmos que Jeffrey Epstein trabalhava para agências de serviços secretos, com o intuito de chantagear cientistas, políticos e empresários. Será pertinente tentar identificar essas entidades.


 

Discípulo de Klaus Schwab? Donald Trump encomenda à Palantir uma base de dados centralizada sobre todos os americanos.

Insistindo na traição ao seu mandato eleitoral, Donald Trump acaba de contratar uma das mais sinistras tecnológicas americanas para vigiar os cidadãos da federação. Klaus Schwab deve estar agora a perceber que tem um discípulo com que não contava.


 

Ficheiros 9/11: o quinto avião.

Um novo documentário da TMZ alega que havia um quinto avião envolvido nos atentados de 11 de Setembro de 2001, que foi ocultado pelo FBI.

A TMZ entrevistou três comissários de bordo e o piloto que estavam no voo 23 da United nesse dia.

Depois de serem evacuados do avião, o piloto disse ter descoberto que a escotilha na parte inferior do avião tinha sido aberta.

"O avião estava trancado e selado quando saí, pelo que algo mais estava a acontecer que eu não conseguia explicar."
Os elementos da tripulação disseram que estavam quatro "árabes" no avião que exigiram que o voo descolasse quando os assistentes de bordo tentaram servir-lhes uma refeição e que um dos homens pediu para ver a cabine antes da descolagem. Um desses "árabes" era claramente um homem, mas vestia uma burka.

A tripulação foi entrevistada pelo FBI, mas nenhum dos tripulantes foi informado sobre o que se tinha afinal passado, nem souberam se os suspeitos "árabes" foram interrogados ou não.

A TMZ solicitou ao FBI informações sobre o voo 23, mas não obteve qualquer resposta.

quarta-feira, junho 04, 2025


Este rapazinho aqui continua a fazer das dele.

Depois de ter recusado um contrato milionário, Oliver Anthony continua a compor e interpretar a sua música dissidente e intrincada, temperada por uma angústia que faz vibrar todas as cordas da minha sensibilidade.

E o solo de Rabeca deste tema, bom Deus, deixa-me completamente arrepiado, poça.

Coligação de governo dos Países Baixos colapsa após saída de Wilders.

O Partido de Geert Wilders provocou a queda do governo neerlandês após a coligação governamental de que faz parte se ter desentendido sobre a aplicação de políticas de asilo mais rigorosas. Já a seguir: o regresso a um governo globalista.



Mais podcasts imperdíveis.

Ultimamente, muitos dos personagens centrais para a linha editorial deste blog e do Contracultura têm-se encontrado com frequência em podcasts. Por exemplo, esta semana, Joe Rogan, depois de convidar AJ Gentile, chamou à sua plataforma gigante o senhor Jesse Michels que será neste momento o mais proeminente investigador da fenemenologia OVNI, entre outros assuntos do universo oculto. Trata-se de duas horas e meia de uma conversa absolutamente fascinante, com mais teorias da conspiração por minuto do que os meus neurónios conseguem processar (sendo certo que o meu velho e cansado cérebro consegue até processar uma boa quantidade delas).

 

Ao mesmo tempo ou quase, Tucker Carlson, publicou uma conversa de longo formato com o Bispo Barron, um dos padres católicos que o Blogville segue há uns anos largos. Tenho que ser sincero: com tantos podcasts supergiros para consumir, ainda não consegui ter tempo para ouvir este, mas isso não quer dizer que não o partilhe aqui, porque vale a pena de certeza, até porque Barron manifesta aqui a sua opinião sobre o novo Papa, algo que, por si só, merece toda a atenção.

Ucrânia ataca ponte que liga a Rússia à Crimeia com detonação subaquática.

Mais um passo no sentido da guerra total: Uma enorme explosão subaquática que teve como alvo a ponte que liga a Rússia à Crimeia deixou-a em "estado de emergência", de acordo com o Serviço de Segurança da Ucrânia.


“Was it all bullshit?”: Apenas 27% dos cortes do DOGE podem ser revistos e verificados.

Uma nova auditoria sugere que muitos dos cortes nas despesas federais alegados pelo Departamento de Eficiência Governamental não podem ser revistos ou verificados e até Trump já se interroga se tudo não passou de uma grande treta.


É um mistério digno de Sherlock.


Tenho ou não tenho razão

 quando digo que vivo num país de sadomasoquistas?

Bem... O Musk passou-se completamente:


Não sei que pedrada embateu contra a testa de Elon, ou se não gosta da "grande e linda" lei orçamental porque não encontra lá grandes riquezas para as companhias que dirige, mas devo dizer que o senhor está carregadíssimo de razão. 

Contexto: o pacote orçamental que Donald Trump está a forçar no Congresso é na verdade muito parecido - no despesismo, no gigantismo, na ambição desmedida, na irresponsabilidade cega em relação à divida pública e na impossibilidade de auditoria futura - com qualquer iniciativa legislativa deste género de Biden, Obama ou Bush, filho. E tem até componentes sinistros, como a cláusula que invalida o poder de qualquer estado de legislar sobre tecnologias de inteligência artificial, dando ao governo federal um poder totalitário sobre a principal máquina de vigilância das massas do século XXI. 

A spending bill de Trump gasta, gasta, e gasta como se não houvesse amanhã e, concretizando-se, vai contribuir de facto para a falência do dia seguinte. A proposta ensandecedora de aumentar o tecto da dívida em cinco, sim 5, triliões de dólares, será a esse título, exemplar. 

A filosofia económica por trás desta aberração está datada de cinquenta anos, insistindo que cabe ao estado a inteira responsabilidade pelo desenvolvimento económico de um país; e é sobretudo religiosa, acreditando, sem evidência material ou histórica, que a dívida soberana americana pode ser literalmente inumerável desde que o seu PIB se mantenha em crescendo.

Talvez fosse pertinente que, sobre este específico assunto, o Presidente americano conversasse menos horas com a imprensa, que o odeia de morte, e mais uns minutos com Javier Milei, que o considera deveras e que lhe podia dizer duas ou três coisas sobre os efeitos nefastos da centralização económica.

Às vezes, cansa-me estar constantemente a dar más notícias àqueles que têm a paciência de aturar este blog, mas a administração Trump está a transformar o sonho populista num pesadelo sem nome. Em quase todas as frentes, com as excepções do combate à imigração descontrolada e às políticas de identidade.

Mas pelo caminho que as coisas estão a tomar, qualquer dia vemos o inquilino da Casa Branca a encabeçar uma marcha de orgulho gay.

A fotografia em baixo retrata um congressista americano.

Mas pior que a sua obscena figura, são as suas abomináveis posições políticas.

Randall Adam Fine, mais conhecido como Randy Fine,  é um representante republicano pelo estado da Florida, endossado por Donald Trump, e por causa disso eleito, que acha que a solução para Gaza é despejar lá uma bomba nuclear.

Ou seja, um psicopata retardado que nem sequer consegue tomar conta do seu corpo, foi eleito com o apoio do actual inquilino da Casa Branca e sob o slogan America First, para defender a mais niilista opção que podemos imaginar para resolver o conflito do Médio Oriente, que nem Benjamin Netanyhau teria coragem para enunciar em público.

Pensando bem, a solução proposta por Donald Trump - a de transformar a faixa costeira da Palestina num complexo imobiliário para bilionários - é capaz de, comparativamente, parecer um plano sensato, mesmo considerando a idiotia extrema.

America First? Os americanos têm como prioridade matar toda a gente que vive em Gaza? É do interesse dos Estados Unidos da América matar toda a gente que vive em Gaza?

Devem estar a brincar comigo e com o Tucker Carlson e com o Glenn Greenwald e com qualquer cristão e com qualquer pessoa de bom senso. 

Como é que este homem, depois de dizer o que disse, ainda pode entrar e sair do Capitólio à vontade, votar na Câmara e fingir que representa os interesses dos seus eleitores?

E ainda se riem de mim quando digo que os EUA são o verdadeiro eixo do mal do século XXI...

terça-feira, junho 03, 2025

Por esta altura, a malta de Hollywwod deve estar mesmo a ver a vida a andar para trás.

E se as tecnologias de inteligência artificial trazem alguma coisa de bom, uma dessas coisas é por certo a probabilidade de levarem à ruína essa manhosa indústria e ao anonimato as suas medíocres estrelinhas.



The Fountain . The Dor Brothers

Globalistas sofrem derrota eleitoral na Polónia.

Na Polónia, e apesar dos tiques totalitários do executivo de Tusk, a vontade popular escrutinada pelo voto ainda conta para alguma coisa, e o candidato conservador Karol Nawrocki venceu as eleições presidenciais em que defrontava o aparelho globalista no poder.


Macron e Brigitte comemoram vitória do PSG enquanto Paris arde.

Dois mortos, mais de 20 polícias feridos, um deles em coma, outros 120 feridos e 560 detidos. Uma cidade em estado de sítio com lojas roubadas e destruídas, incêndios por todo o lado, caos generalizado. E no entretanto, os Macron celebravam a vitória do PSG.



O problema dos neoconservadores.

O verdadeiro conservadorismo precisa de ser teologicamente informado, culturalmente enraizado e politicamente marginal, no sentido mais nobre da palavra: como os profetas, que falavam de fora do sistema, com autoridade e verdade. Uma crónica de Paulo H. Santos.


 

Tesla afunda-se na Europa, vendendo em Abril de 2025 metade dos veículos comercializados no mesmo mês de 2024.

Elon Musk está a pagar caro o seu envolvimento político, e a Tesla experimentou um declínio significativo de 49% nos registos de veículos europeus em Abril de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado.


Ficheiros 9/11: o terrorista que não sabia pilotar um Cessna mas conseguiu a proeza de atingir a fachada do Pentágono com um Boeing 757.

Neste testemunho crucial do comandante Dan Hanley, ficamos a saber, entre outros factos intrigantes, que Hani Hander, um dos terroristas que supostamente pilotaram o American 77 contra o Pentágono foi chumbado por instrutores que disseram que o rapaz nem um Cessna sabia pilotar. O único instrutor que afirmou que Hander tinha competência para pilotar um avião foi um sujeito chamado Eddie Shalev. E quem era Eddie Shalev? Um israelita chegado à América apenas uns meses antes do 11 de Setembro, que tinha sido paraquedista nas forças armadas de Israel...

A manobra alegadamente executada pelo Boeing 757 é ainda hoje de controversa credibilidade, já que o avião teve que voar muito perto do solo para atingir a fachada do edifício do Pentágono no ângulo em que foi atingido e, a ter sido de facto concretizada, exigiria um piloto sobredotado.

Dan Hanley está convencido que os aviões utilizados nos atentados de 11 de Setembro foram conduzidos por um sistema de auto-pilotagem ininterrupta e não pelos terroristas, que não tinham experiência nem domínio técnico dos aparelhos para efectuarem as manobras necessárias e serem bem sucedidos logo à primeira tentativa.

segunda-feira, junho 02, 2025

Meta-crítica



Ban AI . The Dor Brothers

Até que um dia a ameaça fictícia passe a destruição real.


Ucrânia lança ataque massivo com drones contra aeródromos e aviões do escudo nuclear russo.

A Ucrânia lançou um ataque devastador a aeronaves militares em várias bases aéreas localizadas no interior do território russo. A acção, que só pode ter sido planeada e apoiada por forças ocidentais, vai obrigar Moscovo a intensificar as hostilidades.


 

Rezo por estar errado.

Por uma vez, não concordo com a análise que Alexander Mercouris desenvolve neste clip sobre o ataque ucraniano aos aeródromos e bombardeiros da tríade nuclear russa, que tenta desdramatizar a situação. E por uma vez, Christoforou e Mercouris não estão completamente alinhados naquilo que pensam sobre a ocorrência (acho que o cipriota está mais perto da verdade). Mas seja como for, vale sempre a pena ouvi-los. 

E espero na verdade que Mercouris tenha razão e que os russos engulam em seco mais este convite à III Guerra Mundial.

RFK Jr. e o crepúsculo do autoritarismo sanitário.

RFK Jr. representa um resgate moral para um país dilacerado por erros catastróficos, travestidos de cuidados de saúde. Este Kennedy não é um perigo para a saúde pública. É uma de suas últimas esperanças. A crónica de Marcos Paulo Candeloro.


 

Espanha: violações triplicaram nos últimos seis anos.

As últimas estatísticas revelam um aumento alarmante de estupros, chegando a 5,206 incidentes em 2024, quase o triplo do número relatado há seis anos. Mas tanto o governo como a imprensa recusam-se a associar a tendência à imigração desregrada.


 

Alguns incidentes, pequenos, banais e insignificantes, ocorreram ontem à noite em Paris, mas

não há nada para ver aqui.

Dois mortos, um polícia em coma, 120 feridos, 560 detidos. Uma cidade em estado de sítio com lojas roubadas e destruídas, incêndios por todo o lado, caos generalizado, violência em larga escala, milhares de polícias na rua. Por causa de um jogo de futebol? Não. Por causa das virtudes da diversidade.

Cada vez mais perto da guerra total.

O Contra vai hoje publicar um artigo sobre o assunto, mas Clayton Morris faz aqui um resumo deveras assertivo do ponto de não retorno a que chegámos, na guerra do Ocidente contra a Rússia. As últimas notícias são muito, mas mesmo muito preocupantes. 

Está-se mesmo a ver que a Ucrânia vai acabar por desaparecer do mapa e, tarda nada, os russos vão começar a bombardear a Europa. É impossível para Putin não reagir virulentamente, quando a NATO decide atacar os esquadrões do escudo nuclear da Rússia.

 

domingo, junho 01, 2025

Um Giro para os anais.

Sigo atentamente o Giro de Itália há uns bons 15 anos e nunca tinha visto nada assim. Mas para se perceber a profundidade a que caiu o meu queixo, temos que recuar 8 anos no tempo.

À partida da 19ª  etapa da edição de 2018 da volta à Itália, um inglês de 25 anos comandava, algo surpreendentemente, a competição e estava prestes a vencê-la, liderando a classificação geral com mais de dois minutos de vantagem sobre o segundo classificado, Tom Dumoulin, e mais de três minutos sobre Chris Froome. Esse bife era Simon Yates, que no início da prova até tinha afirmado que se os seus adversários não estavam borrados de medo, deviam estar, na medida em que considerava encontrar-se na melhor forma da sua vida e praticamente imbatível. 

Acontece que no decorrer dessa montanhosa etapa, mal chegado à terrível subida do Finestre, Yates rebentou completamente, para perder 35 minutos à chegada, enquanto Froome pedalava a mais épica jornada da sua vida, escapando-se precisamente nos segmentos de terra do Finestre, a 80 quilómetros da meta, para ganhar essa edição do Giro.

Voltando ao tempo presente, a 20º etapa da edição de 2025 do Giro contemplava também a mesmíssima subida ao Finestre. Depois de uma exibição menos boa na etapa anterior, Simon Yates encontrava-se em terceiro lugar na classificação geral, a um minuto e vinte de um líder deveras surpreendente, Isaac Del Toro, e a trinta segundos de Richard Carapaz, que era segundo. Na ideia do público, na opinião dos jornalistas e na razão das casas de apostas, Yates estava arredado da luta pela vitória.

Acontece que não.

Numa espécie de redenção sobre o que lhe tinha acontecido em 2018, Yates chegou ao Finestre e despachou del Toro e Carapaz - que se entretinham num duelo de arranques e pausas e protestos e amuos - prosseguindo por ali a acima sempre com a mesma e regular pedalada olímpica, de tal forma que acabou por bater o recorde absoluto da subida, que fez pela primeira vez na história do ciclismo profissional em menos de uma hora.




No cume da montanha mágica, o ciclista de Manchester somava quase um minuto e quarenta sobre os seus directos adversários e já comandava virtualmente a classificação geral. Mais a mais, na descida, apanhou o seu companheiro de equipa Wout van Aert, talvez o melhor atleta que seria possível encontrar em todo o pelotão para a ajudinha extra que precisava. Por causa do van Aert e por causa da birra maluca em que del Toro e Carapaz se deixaram embrenhar, como vários momentos em que só faltava porem o pé no chão e desatarem à estalada, Yates chegou à meta com o Giro no bolso e mais de cinco minutos de vantagem sobre os dois infelizes rivais.

A vingança sobre o destino estava cumprida e esta é uma daquelas histórias que se fossem contadas apenas, em vez de transmitidas ao vivo pela Europsort, ninguém nela acreditaria.


Contra-karma à parte, toda esta volta à Itália foi uma coisa sobrenatural. Enquanto o veterano Matts Pedersen aproveitava o percurso que lhe era muito favorável da primeira parte da prova para somar 4 vitórias, estava já a nascer uma estrela: Isaac del Toro, um rapazinho de 21 anos, tomou conta da corrida quase do princípio ao fim, para pasmo de toda a gente e desgosto do seu companheiro de equipa e chefe de fila, Juan Ayuoso, que mais uma vez mostrou que pode ter muito talento mas não tem carácter nem generosidade nem solidez emocional para ser uma campeão e que acabou por desistir da prova, quando percebeu que já não a ia ganhar e incapaz de se sacrificar em função dos interesses da equipa. Desconfio que a UAE, que de qualquer forma está carregada de craques, o vai por a andar no fim da época.

Mas voltando a del Toro, há que dizer que o jovem ciclista mexicano tem um potencial incrível. E não querendo compará-lo a Pogacar (para isso terá que fazer muitos quilómetros e vencer muitas provas), há que dizer que os dois têm muito em comum: del Toro em cima da bicicleta parece irmão-gémeo do esloveno, sobe ao estrelato com 21 anos apenas, tal e qual Pogacar, e encara a competição com uma mentalidade atacante e uma disponibilidade física que também lembra muito o indisputado líder da sua própria equipa.

Os próximos dois ou três anos vão confirmar ou desmentir esta suspeita, mas creio que neste Giro ficámos a conhecer um grandessíssimo campeão. Não ganhou desta feita, por imaturidade dele e por incompetência táctica da sua equipa, que percebeu tarde demais que era ali que tinha o seu principal trunfo e que falhou completamente no programa que tinha para a 20º e crucial etapa da prova. Mas dá-me a nítida sensação que triunfará abundantemente, no futuro e se o souberem conduzir ao potencial que reside no corpo e na psique do corredor mexicano.

Depois de registar a incapacidade manifesta de Ayuso e da desistência de Roglic - este último, o ciclista mais azarado da história universal da má sorte - del Toro assumiu-se invariavelmente como o homem no pelotão com mais fome de sucesso, a par de Carapaz, embora o equatoriano, bem mais experiente e também ele um atleta de eleição, tenha sido muito mais comedido na sua maneira de correr e nos duelos que decidiu travar.

O mexicano acabou por sucumbir nos derradeiros quilómetros da prova, mas sai de Roma de peito erguido e com uma caminho sorridente para o futuro.

O giro deste ano decidiu-se literalmente nos 30 quilómetros da última etapa que realmente contava para o totobola (a jornada de domingo, como em todas as voltas de 3 semanas, foi protocolar e apenas disputada pelos sprinters, a vinte quilómetros do fim), apesar até de, no início, parecer muito mal desenhada, com toda a alta montanha concentrada na última semana. É difícil conseguir produzir uma prova assim emocionante e de desfecho incerto até ao fim como aconteceu na edição deste ano.

E é como tenho dito nos últimos tempos. Os adeptos de ciclismo têm que andar bem dispostos com os espectáculos que consistentemente lhes são oferecidos. Vivemos numa era de apogeu histórico da modalidade.

 

3 biografias de Fernando Pessoa, parte 3: João Pedro George e o Super-Camões.

A virtude do biógrafo está em perceber a virtude do biografado. E João Pedro George tem, pelo menos, o mérito de respeitar o homem cuja vida e obra tenta retratar. Considerando exercícios análogos dedicados ao imortal poeta, isto não é dizer pouco.


 

O Anão Napoleão tem mais olhos que barriga.


 

Eclesiastes: Salomão, o niilismo e a filosofia da vaidade.

Por ter a coragem de expor a alma humana diante da verdade cruel da existência, o Eclesiastes prepara o terreno para o Logos: aquele que viria “acima do sol”, o Verbo eterno que dá sentido à vida e à morte. Um ensaio de Walter Biancardine.