quinta-feira, janeiro 30, 2025

Dolan, drones e coisas que não mudam nunca.

Como eu tinha previsto (embora não fosse nada difícil de antecipar), a administração Trump revelou-se tão predisposta a esclarecer o enigma dos 'drones de New Jersey' como a administração Biden, apesar das promessas do Presidente eleito antes de tomar posse, apresentando uma justificação patética e apressada para fechar o assunto, que a imprensa comeu e calou, como sempre.

Segundo a Casa Branca, os 'drones' avistados foram autorizados pela FAA, ou eram propriedade de amadores, ou eram alucinações. 

Estes objectos que pairam durante horas, movem-se de formas que nenhum drone deveria fazer e desaparecem sem deixar rasto; que apareceram globalmente, evitando controlo e detecção, constituindo um enigma de tecnologia avançada e intenção silenciosa; que são agora 'orbes', depois 'drones' e depois parecem veículos da aviónica tradicional, não podem ser arrumados nesta gaveta assim tão mal enjorcada. As garantias vagas da FAA não explicam as anomalias e todo o espectro fenomenológico, nem pouco mais ou menos. 

E na verdade, não se trata apenas do que aconteceu nos dois últimos meses de 2024; trata-se do que não nos está a ser dito. O padrão repete-se: negação, rejeição e a lenta ascensão da verdade.

Como é articulado num artigo que saiu ontem no Contra, isto deixa muita coisa por explicar e não convence ninguém. Até Richard Dolan, que não costuma publicar a sua opinião por dá cá aquela palha, publicou ontem um vídeo, meio irritado, meio frustrado, sobre a resposta manhosa e insuficiente da administração Trump.

Há coisas que nunca mudam.

 

E ao contrário da imprensa conservadora americana - mesmo a independente - que ficou embevecida com a estreia da secretária de imprensa da nova administração, Karoline Leavitt, eu fiquei muito apreensivo com a sua prestação. Porque se começa já a mentir desta maneira e com uma cara de pau do tamanho da Ponte Sobre o Tejo, é porque se sente confortável nesse papel e assim sendo, podemos esperar uma mentirosa profissional como porta-voz da Casa Branca.

Também neste capítulo, as falências éticas repetem-se. 

Que pena.