As pessoas ficam sempre com um ar meio triste quando me perguntam pelas audiências do Contra e eu lhes digo que rondam as 12.000 visitas por mês.
Mesmo aqueles que seguem a publicação incondicionalmente e com maior assiduidade do que até eu acho recomendável manifestam invariavelmente a sua frustração por o Contra "não ser mais conhecido".
De facto, com dois anos e pouco de actividade, os números não impressionam ninguém. E a publicação é ainda muito pouco influente no panorama mediático em que se enquadra. É verdade.
Dito isto, há que equacionar que no crossover, contando com o blog, a e-letter, e as contas X,
Facebook, Instagram e Youtube da plataforma, devo estar a falar em
média com 60.000 pessoas por mês, mesmo eliminando as redundâncias.
E sinceramente, para um gajo que trabalha praticamente a sós (não desfazendo nos oito colunistas que escrevem ou já escreveram para a coluna de opinião do Contra, que muito grato lhes fico) não me parece vergonha nenhuma.
Basta pensar que se numa redacção normal, de âmbito mainstream, digamos com 20 redactores, cada um apresentasse os mesmos números (e esquecendo as sinergias do colectivo, o apoio que têm na edição gráfica e nas máquinas de marketing e gestão de redes sociais), essa hipotética publicação atingiria 1.200.000 contactos mensais, com 240.000 visitas na plataforma por mês, o que para a realidade portuguesa serão sempre números menos maus.
Tanto mais que eu tenho outra profissão (que de vez em quando ainda precisa do meu tempo) e escrevo para um nicho muito específico, que é o de leitores dissidentes, de direita e centro direita, interessados em política internacional e com alguma preparação cultural. Convenhamos, um universo muito estreito, mesmo considerando que, graças ao X, a publicação ganhou alguns leitores brasileiros.
É como digo: não posso estar satisfeito, mas também não vejo razões para estar triste.
Na verdade, o Contra está a correr como correu sempre a minha vida: sem grandes triunfos, sem grandes desgraças. Na velocidadezinha de cruzeiro que me serve lindamente.
E graças a este projecto, ganhei outras coisas que não têm nada a ver com audiências. Mas isso fica para outro texto.