"Se me perguntarem, há muitas possibilidades na minha mente. Mas aquela em que não vou acreditar é qualquer narrativa que assuma que o governo esclareceu
tudo e que agora sabemos
tudo o que eles sabem. Eu posso ter
nascido à noite, mas não foi ontem
à noite."
Doug Wilson
Este clip já tem 3 semanas, mas Doug Wilson articula aqui de forma muito eloquente, e em apenas 11 minutos, quase tudo o que é preciso articular sobre do escândalo Epstein. E este blog, tanto como o Contra, não vão deixar cair este assunto nunca, ou até que seja devidamente esclarecido (ou seja: nunca).
Wilson destaca com brilhantismo retórico a posição impossível em que esta administração se colocou, ao afirmar que a lista de clientes não existia (depois de ter dito que existia): se voltarem agora a dizer que existe, para mandar cá para fora uma coisa qualquer que acalme a base MAGA, admitem que mentiram anteriormente, e se mentiram por alguma razão foi, que de certeza não será explícita no que tornarem público. Ou seja: ninguém vai acreditar que a lista é credível.
Por outro lado, se persistirem no encobrimento e na mentira, dificilmente recuperarão a credibilidade e a fatia do eleitorado que estão a perder, por esta razão e por outras.
É uma situação da qual saem a perder sempre.
Depois, o pastor de Idaho abre um leque de hipóteses sobre a natureza dos ficheiros Epstein, o que realmente lhes pode ter acontecido entretanto e por que razões estará a administração Trump, para seu incomensurável prejuízo, a comportar-se desta forma aberrante. Wilson parece inclinado a favorecer as possibilidades que protegem de certa forma a imagem de Donald Trump: por envolvimento comprovado da CIA e/ou da Mossad - ou por demonstração gráfica de que Washington é a capital mundial da degenerescência satânica-, os ficheiros são excessivamente explosivos para serem divulgados, sob pena de acontecer uma espécie de queda de legitimidade das instituições governamentais norte-americanas e ou israelitas, circunstância que deixaria Trump impossibilitado de cumprir a sua agenda.
Eu não estou assim tão inclinado para esta leitura. Chegados a este ponto, estou convencido que Trump está comprometido com as actividades de Jeffrey Epstein. Duvido que esse envolvimento esteja relacionado com a prática de sexo com menores ou com o tráfico de seres humanos (se bem que considere também essa hipótese), mas desconfio que possam ter ocorrido operações financeiras de fuga ao fisco orquestradas pelo pedófilo com dinheiro do magnata de Queens. E Trump poderia ser destituído pelo Congresso por esse tipo de crimes fiscais, caso demonstráveis no sistema judicial americano.
Tanto mais que o cenário para as intercalares de 2026 não é propriamente famoso e a actual administração pode ter que enfrentar maiorias democratas no Senado e na Câmara já a seguir.
Só este envolvimento directo justifica, para além do patético encobrimento, o poder que o regime Netanyhau claramente manifesta sobre a Casa Branca. O primeiro-ministro israelita faz neste momento o que quer e lhe apetece no Médio-Oriente, inclusivamente a prática de genocídio, com a colaboração ou o beneplácito de um homem que foi eleito para trabalhar pela paz.
Parece-me isto apenas possível na medida em que Donald Trump está a ser coagido à conformidade. Com evidências inclusas nos ficheiros Epstein. Que, obviamente, trabalhava para a Mossad.