Candace Owens é daquelas raparigas com que a humanidade pode contar para escarafunchar nos sítios que os poderes instituídos deste mundo não querem ver escarafunchados.
E que isto fique claro: posso concordar, posso não concordar com as conclusões que ela tira das suas escavações, mas admiro-a e respeito-a enormemente por esse trabalho mineiro.
Digam o que disserem, fazer perguntas sobre histórias mal contadas, não é pecado. É virtude. E suspeitar, por princípio ético, das narrativas dos poderes instituídos, seja na América, seja onde for, é um dos preceitos mais saudáveis, um dos imperativos mais urgentes, que podemos adoptar.
Acontece porém que, quando se é proprietário de uma plataforma mediática monstruosa como a que a Candace, merecida e justificadamente, possui, começam a acontecer coisas que nos desviam da inicial intenção de esburacar o que for preciso para chegar à verdade.
A rapariga estava, no meu entender, a escavar o filão certo, no que diz respeito ao assassinato de Charlie Kirk (apesar das pressões monstruosas a que estava a ser submetida para deixar a lama sossegada no seu natural esgoto), até que foi convidada pela viúva alegre para uma conversa privada, longe dos holofotes das redes sociais.
Erika Kirk exigiu a Candace o silêncio mediático entre o compromisso do encontro e o encontro propriamente dito, prometendo que o TSUPA a que preside faria exactamente o mesmo.
Mentiu, claro. Enquanto Owens nada publicou durante 48 horas, nem uma mensagenzinha no X a dizer que estava viva (acreditem ou não, centenas de milhar de pessoas manifestaram nas redes sociais preocupação sobre a eventualidade de que rapariga fosse no processo suicidada), o TSUPA emitiu um programa de radio, publicado também nas redes sociais, em que alegadamente "desmontava" as alegadas falsidades de que a organização está a ser, mais que justificadamente, acusada.
Depois do encontro, Candace publicou um short no youtube a dizer que estava bem, que não se tinha rendido ao sistema (outra vez: centenas de milhar de americanos temeram que a reunião levasse a pundit dissidente a uma rendição incondicional) e a anunciar o podcast que iria revelar o que se passou nessa reunião.
Porém, esse anunciado podcast deixou muito a desejar, no que diz respeito às suspeitas que recaem sobre a viúva e a organização que dirige, desde que Charlie foi assassinado.
Candace parece ter sido submetida a uma lobotomia instantânea, e deixou, nas suas declarações, as mais importantes questões que ela própria tinha levantado sobre a morte do jovem líder conservador em aberto, parecendo, incaracterística e estranhamente, mais preocupada em conciliar do que em esclarecer.
É claro que Owens pode ter sido vítima do seu próprio critério, ou seja: o inquérito que levantou sempre me pareceu, mais que pertinente, necessário, mas a verdade, aqui entre nós que ninguém nos ouve, é que os recibos passados sobre as suas teorias são escassos.
Eu, como blogger e publisher do ContraCultura, que falo com meras cinquenta mil pessoas por mês (no crossover), posso especular à vontade e dizer os disparates que me apetecer dizer, que na verdade ninguém liga. A Candace, que de cada vez que publica um podcast capta atenção de 4 ou 5 milhões de pessoas (o canal no Youtube tem biliões de vizualizações mensais e o podcast é o número um no mundo), tem outras responsabilidades e é sujeita a outro tipo de pressões (nem se compara, obviamente).
Confrontada com a presença, cara a cara, da viúva de quem já foi amiga, e sem munições factuais que transcendessem as meras suspeitas, Candace cedeu. E no processo, frustrou as expectativas de milhões de seguidores.
Esta é a versão normalóide dos factos. A versão dissidente, se calhar mais realista, é que à impenitente pundit foi oferecida uma proposta que ela não poderá recusar. O marido pertence à alta aristocracia britânica, que é corrupta e perversa até aos sete cantos do inferno. A rapariga tem filhos, tem fortuna e propriedade e uma vida privilegiada. É, nesse sentido, frágil para certas organizações que são peritas em transformar o privilégio numa arma contra os privilegiados, como, por exemplo, a Mossad. E isto considerando que a agência sionista tem claramente Erika Kirk sob apertado jugo.
Seja como for, Candace desiludiu. E Zach Costello, um youtuber que já sigo há uns tempos mas que escassas vezes partilho, cometendo um injustiça grande sobre o bravo e lúcido influencer, diz neste clip uma boa parte do que é preciso dizer sobre essa desilusão.