quarta-feira, março 23, 2022

Como escolher um juíz para o supremo tribunal americano #02

Para além do método descrito anteriormente, acusa de racismo qualquer pessoa que tenha dúvidas sobre o mérito da nomeação. Mesmo quando a nomeada parece facilitar a vida a pedófilos. Isso não interessa nada. A nomeada é mulher e é negra e isso faz dela uma juíza infalível, acima de qualquer consideração crítica ou reparo ético.

Esquece as infâmias aberrantes que cometeste aqui há três ou quatro anos atrás, em processos de nomeação de juízes conservadores, e arma-te em vítima histérica à primeira e tímida tentativa de analisar os méritos e as deficiências da tua candidata.

Se a tua nomeada não sabe distinguir um homem de uma mulher, porque para fazer essa distinção, na opinião dela, é aparentemente necessário tirar um curso superior em biologia, faz dessa ignorância um triunfo e proclama a juíza como uma defensora heroica dos direitos dos transsexuais.

Para coroar a sua nomeação, conta com a usual militância dos media, a expectável cumplicidade e total ausência de espírito combativo dos representantes republicanos e o entusiasmo incontido do FBI, que planeia antecipadamente umas festas de coroação da juíza nas suas delegações, apesar do processo político de confirmação estar ainda longe do seu término, assumindo-se assim sem qualquer escrúpulo como uma polícia política.

Como vês, é facílimo nomear e confirmar juízes para o supremo tribunal quando segues à risca a cartilha apparatchik soviética e quando operas no contexto de um regime totalitário.