"Human beings are born with different capacities: if they are free they are not equal. If they are equal they are not free."
Jordan B. Peterson
quarta-feira, outubro 31, 2018
terça-feira, outubro 30, 2018
Klay, o imparável.
Ontem à noite, em Chicago, num jogo do outro mundo que acabou com o eloquente resultado de 124-149 (sem prolongamento), Klay Thompson bateu o recorde absoluto de triplos num jogo, com 14 lançamentos de longa distância bem sucedidos. O recorde anterior era do seu companheiro dos Golden State Warriors - o outro splash brother - Steph Curry, que em 2016 tinha somado 13 lançamentos de três pontos numa só partida.
Curiosamente, nos seis jogos anteriores, Klay Thompson tinha acertado apenas 5 lançamentos triplos, mas quem conhece este incrível atleta sabe que era apenas uma questão de tempo - e de forma - para que as bolas começassem a entrar no cesto a um ritmo alucinante. Afinal, Klay é capaz das coisas mais mirabolantes que podemos imaginar. Em 2015 já tinha pulverizado um recorde antigo da NBA, com 37 pontos marcados em 9 minutos (maior número de pontos num quarter), contra os Sacramento Kings. Desta vez, foram os Chicago Bulls que sofreram a bom sofrer. Klay, sozinho, marcou a modesta quantidade de 52 pontos no decorrer do jogo.
A época ainda agora começou, mas os Golden State Warriors têm tudo para renovar o título. E é sempre expectável que a já lendária equipa de Oakland proporcione mais momentos deste género irreal, na caminhada para as finais.
Curiosamente, nos seis jogos anteriores, Klay Thompson tinha acertado apenas 5 lançamentos triplos, mas quem conhece este incrível atleta sabe que era apenas uma questão de tempo - e de forma - para que as bolas começassem a entrar no cesto a um ritmo alucinante. Afinal, Klay é capaz das coisas mais mirabolantes que podemos imaginar. Em 2015 já tinha pulverizado um recorde antigo da NBA, com 37 pontos marcados em 9 minutos (maior número de pontos num quarter), contra os Sacramento Kings. Desta vez, foram os Chicago Bulls que sofreram a bom sofrer. Klay, sozinho, marcou a modesta quantidade de 52 pontos no decorrer do jogo.
A época ainda agora começou, mas os Golden State Warriors têm tudo para renovar o título. E é sempre expectável que a já lendária equipa de Oakland proporcione mais momentos deste género irreal, na caminhada para as finais.
A verdade sobre a "caravana".
Na Europa não se ouve falar muito nisto. Mas há neste momento uma "caravana" de 14.000 pessoas que tem origem nas Honduras e que se dirige para a fronteira entre o México e os Estados Unidos com o intuito de forçar a entrada de emigrantes ilegais no território americano.
Esta "caravana" é tudo menos inocente, e eu podia ficar aqui umas boa horas a explicar porque é que não é inocente, mas o bom do Tucker Carlson e a excelente PragerU fazem isso por mim - e melhor que eu - nuns sintéticos cinco minutos que explicam muito bem explicada a razão pela qual os líderes contemporâneos do Partido Democrata acham que é uma boa ideia receber todos os imigrantes ilegais que decidam fazer a viagem:
Esta "caravana" é tudo menos inocente, e eu podia ficar aqui umas boa horas a explicar porque é que não é inocente, mas o bom do Tucker Carlson e a excelente PragerU fazem isso por mim - e melhor que eu - nuns sintéticos cinco minutos que explicam muito bem explicada a razão pela qual os líderes contemporâneos do Partido Democrata acham que é uma boa ideia receber todos os imigrantes ilegais que decidam fazer a viagem:
Podes ser piroso. Se tiveres talento.
Para quem nunca foi vacinado contra o kitsch, os The Vaccines são uma banda soberba. Já para ti, esclarecido audiente, que foste sujeito a esse tratamento intravenoso, só o título desta música levará certamente o teu sistema imunitário à fúria desenfreada.
Eu fujo de agulhas como o diabo da cruz, e uma das consequências disso é que não consigo ganhar alergia a esta banda que já anda para aqui há uns anos muitos a fazer um género de pop que é, ao mesmo tempo, convencional e disruptivo.
Gosto disto. À brava.
The Vaccines . Your Love Is My Favourite Band
Eu fujo de agulhas como o diabo da cruz, e uma das consequências disso é que não consigo ganhar alergia a esta banda que já anda para aqui há uns anos muitos a fazer um género de pop que é, ao mesmo tempo, convencional e disruptivo.
Gosto disto. À brava.
The Vaccines . Your Love Is My Favourite Band
Marcelo Rebelo de Coisa Nenhuma.
O actual Presidente da República Portuguesa disse ontem que considera recandidatar-se a um novo mandato porque a Web Summit decidiu continuar a realizar em Portugal, durante os próximos dez anos, a fantochada que realiza anualmente.
Eu devo ser a pessoa mais estúpida do universo, na medida em que não percebo o que é que o cú tem a ver com as calças.
Lembro que Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, na altura da sua primeira candidatura, que essa primeira candidatura seria também a última.
Afinal não é. E não é por razões que transcendem largamente, na escala abaixo do zero, os motivos de um estadista. Marcelo não se recandidata porque o país precisa dele (é claro que não precisa). Marcelo não se candidata porque tem uma ideia para o que deve ser a presidência desta República (É claro que não tem nenhuma). Ou porque, antevendo uma nova geringonça no rescaldo das legislativas de 2019, entenda que a sua candidatura possa equilibrar ideologicamente o regime (é claro que não equilibra). Marcelo candidata-se porque a Web Summit vai continuar a organizar festas para as quais Marcelo é convidado.
A maior parte das pessoas que permanecem em cargos, públicos ou privados, por causa das festas para as quais são convidadas, tem pelo menos a decência de não tornar público o descaramento. Mas Marcelo não precisa disso. Marcelo pode ser descarado. Marcelo está para além do bem e do mal. Da substância e da futilidade. Tudo lhe é permitido.
A única coisa que não lhe é permitida é o meu voto.
sábado, outubro 27, 2018
Olavo de Carvalho parte a loiça toda.
É verdade que só no Brasil é que podemos encontrar um filósofo encartado que fale desta maneira: com palavrões, ameaças e promessas de apocalipse. Mas sabe mesmo bem ouvir um intelectual a sério (para saber mais sobre Olavo de Carvalho, está aqui um bom texto de Hélder Pereira) dizer uma mão cheia de verdades que são caladas por toda a gente dos media convencionais.
Olavo ataca veementemente, com unhas e dentes, os agentes da esquerda hegemónica na comunicação social, nas artes e na burocracia estatal, sem medo das palavras e desprezando completamente qualquer vestígio do politicamente correcto. São cinco minutos espectaculares.
Dá-lhes com força, Olavo!
Olavo ataca veementemente, com unhas e dentes, os agentes da esquerda hegemónica na comunicação social, nas artes e na burocracia estatal, sem medo das palavras e desprezando completamente qualquer vestígio do politicamente correcto. São cinco minutos espectaculares.
Dá-lhes com força, Olavo!
Uma cambada de aldrabões.
A imprensa ocidental lembrou-se agora que a Arábia Saudita é um país bandido. Quando Barak Obama beijava os pés dos emires, ninguém se incomodava com isso. Nessa altura, a Arábia Saudita era um país espectacular. Agora, que Trump pesa - e bem - os prós e os contras de renegar um dos principais produtores de petróleo do mundo, é um fascista que protege fascistas.
A imprensa ocidental lembrou-se agora que existe uma ameaça latente de guerra civil na América. Há quinze dias atrás, quando Hillary Clinton disse que só podia ser civilizada se ganhasse as midterm elections, ninguém se alarmou.
A imprensa ocidental diz que Bolsonaro é fascista. Mas Maduro não. Maduro é um sério defensor dos valores universais da democracia e do humanismo.
A imprensa ocidental responsabiliza Donald Trump pelas bombas postais que não mataram ninguém. Mas não responsabiliza o Partido Democrata pelo massacre de hoje, na sinagoga de Pittsburgh, onde morreram pelo menos 11 pessoas.
A imprensa ocidental considera que Megyn Kelly deve ser despedida da NBC porque a rapariga não vê qualquer problema em que um branco pinte a cara de preto para uma máscara de Halloween (porque se trata de uma inaceitável afirmação racista). Mas considera também perfeitamente legítimo que os pivots da CNN caracterizem o apoio de Kanye West a Trump como algo que acontece a um negro que não sabe ler (o racismo desta afirmação já é aceitável).
Esta dualidade de critérios é o novo normal. Navegando entre uma espécie de autismo e a mais constrangedora cegueira dogmática, a imprensa ocidental mergulhou na maior crise de credibilidade e de audiências da sua história. Uma crise da qual muito dificilmente vai recuperar. E ainda bem.
Depois não venham chorar nos ombros de quem andaram a enganar durante décadas.
A imprensa ocidental lembrou-se agora que existe uma ameaça latente de guerra civil na América. Há quinze dias atrás, quando Hillary Clinton disse que só podia ser civilizada se ganhasse as midterm elections, ninguém se alarmou.
A imprensa ocidental diz que Bolsonaro é fascista. Mas Maduro não. Maduro é um sério defensor dos valores universais da democracia e do humanismo.
A imprensa ocidental responsabiliza Donald Trump pelas bombas postais que não mataram ninguém. Mas não responsabiliza o Partido Democrata pelo massacre de hoje, na sinagoga de Pittsburgh, onde morreram pelo menos 11 pessoas.
A imprensa ocidental considera que Megyn Kelly deve ser despedida da NBC porque a rapariga não vê qualquer problema em que um branco pinte a cara de preto para uma máscara de Halloween (porque se trata de uma inaceitável afirmação racista). Mas considera também perfeitamente legítimo que os pivots da CNN caracterizem o apoio de Kanye West a Trump como algo que acontece a um negro que não sabe ler (o racismo desta afirmação já é aceitável).
Esta dualidade de critérios é o novo normal. Navegando entre uma espécie de autismo e a mais constrangedora cegueira dogmática, a imprensa ocidental mergulhou na maior crise de credibilidade e de audiências da sua história. Uma crise da qual muito dificilmente vai recuperar. E ainda bem.
Depois não venham chorar nos ombros de quem andaram a enganar durante décadas.
sexta-feira, outubro 26, 2018
Pop Apocalíptico.
I saw people pray
I saw people fight
I saw the day turn
To endless night
The rivers rose
And it took its toll
Hope faded
I folded
Skyscrapers fallen to the ground
Children lost in the rubble and never found
Last night on Earth
Last night on Earth
Don't look back
It was the last night
I saw a husband cradle his wife
I saw satellites fall from the sky
I felt the hope that I carried inside die
I saw power, corruption and fools
I saw wild dogs scavenging the schools
Last night on Earth
Last night on Earth
Don't look back
It was the last night
While the charlatans sold water to the drowned
The lost instructed the found
But out there
I saw you surrounded by light
The fire of your spirit burning bright
I saw the glimmer of the hook
The last page of the book
Just a spark to catch my eye
And I knew I was on borrowed time
Murder By Death . Last Night On Earth
quinta-feira, outubro 25, 2018
Porque é que um Tesla é um automóvel merdoso?
Porque tem um chassis merdoso. Porque a engenharia é merdosa. Porque tem graves problemas de distribuição e manutenção. Porque a indústria das baterias para automóveis eléctricos é ruinosa económica e ambientalmente. Porque dá prejuízo. Porque é eléctrico. Porque é um não produto, como todos os produtos do vendedor de banha da cobra mais querido da história da humanidade: o burlão Elon Musk. Mas não acreditem em mim. Vejam este vídeo:
A América na panela de pressão.
Parece que os Obama, os Clinton e outros líderes do Partido Democrático estão a receber bombas pelo correio. Felizmente, nenhuma explodiu. Mas estes actos de terror não surpreendem ninguém. O clima político nos Estados Unidos da América é, literalmente, explosivo. O discurso de incitação à violência está presente, todos os dias, pela voz dos protagonistas do Partido Democrata, tanto ou mais do que na verborreia de Trump. E latente, claro, na direita libertária, profunda, armada até aos dentes, do interior americano.
Como tenho vindo a avisar a audiência já há uns anos, isto vai dar merda. E merda a sério. É só uma questão de tempo. Tudo o que é necessário para acontecer um banho de sangue à antiga é um congressista republicano ser linchado à saída de um restaurante ou um senador democrata ser atingido por um acto terrorista. Se isso acontecer, neste momento da história da América, é de esperar o pior.
Isto para não falar no caos e na hostilidade política e social que podemos esperar quando a caravana de sul americanos que tem vindo a ganhar dimensão numérica (as autoridades mexicanas falam em 14.000 pessoas) chegar à fronteira entre o México e os EUA, daqui a três ou quatro semanas.
Isto para não falar do que pode acontecer se os republicanos ganharem as midterm elections, catástrofe que vai deixar os Democratas em desespero de causa. E intensificar o processo de radicalização niilista em curso.
Isto para não falar do que pode acontecer se os democratas ganharem essas eleições, confirmando as sondagens, daqui a semana e meia e, tirando partido dessa maioria no congresso, bloquearem quase totalmente a capacidade executiva da Casa Branca ou tentarem impugnar Trump. Neste caso, muito provável, vão ser as bases do Partido Republicano que vão ensandecer.
Em qualquer dos casos, o cenário é assustador.
Como tenho vindo a avisar a audiência já há uns anos, isto vai dar merda. E merda a sério. É só uma questão de tempo. Tudo o que é necessário para acontecer um banho de sangue à antiga é um congressista republicano ser linchado à saída de um restaurante ou um senador democrata ser atingido por um acto terrorista. Se isso acontecer, neste momento da história da América, é de esperar o pior.
Isto para não falar no caos e na hostilidade política e social que podemos esperar quando a caravana de sul americanos que tem vindo a ganhar dimensão numérica (as autoridades mexicanas falam em 14.000 pessoas) chegar à fronteira entre o México e os EUA, daqui a três ou quatro semanas.
Isto para não falar do que pode acontecer se os republicanos ganharem as midterm elections, catástrofe que vai deixar os Democratas em desespero de causa. E intensificar o processo de radicalização niilista em curso.
Isto para não falar do que pode acontecer se os democratas ganharem essas eleições, confirmando as sondagens, daqui a semana e meia e, tirando partido dessa maioria no congresso, bloquearem quase totalmente a capacidade executiva da Casa Branca ou tentarem impugnar Trump. Neste caso, muito provável, vão ser as bases do Partido Republicano que vão ensandecer.
Em qualquer dos casos, o cenário é assustador.
terça-feira, outubro 23, 2018
O Princípio da Imersão #02
O Dirt Rally é, no meu entender e não só, o melhor simulador de ralis já feito. Os rapazes da CodeMasters sabem o que fazem e conseguiram superar uma tradição de grandes jogos que já vem dos saudosos tempos do Collin Mcrae.
O que eu não consigo explicar aqui no blog é a sensação incrível e super intensa de conduzir um Grupo B pelos troços deste jogo com a cabeça enfiada no dispositivo VR da PS4.
A tridimensionalidade e a imersão total no ambiente do jogo permitem uma experiência realmente vibrante e assustadora. É por isso natural que os utilizadores se sintam enjoados, nos primeiros momentos de utilização do dispositivo. Eu enjoei. Mas, com o passar das horas, as tonturas e um certo mal estar passam completamente, à medida que o aparelho sensorial se ajusta a esta nova realidade e fica só a sensação triunfante, a sensação visceral, fantasmagórica e meio contra-intuitiva de experimentar um mundo alternativo. De poder acelerar loucamente por estradas de pesadelo, ao volante de máquinas de sonho.
Estou completamente viciado na realidade virtual do Dirt Rally.
Poema com Ovo a Cavalo.
"There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy"
W. Shakespeare . Hamlet
A existência é um bife mal passado que sangra como a cabeça solta do Baptista decepado. O destino é servido numa gloriosa travessa de batatas fritas temperadas à pressa com sal grosso e esperma de galo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há na carta de vinhos mais cosmos do que pensas e mais histórias nas ementas imensas do que sonhos na filosofia de Horácio. O Juliae romano e o Spartacus trácio sentam-se iguais a esta mesa, rei e vassalo: este é o poema com ovo a cavalo.
Na salada da história universal procuras os açúcares do bem entre os ácidos do mal; irritas-te com a pimenta, zangas-te-te com a mostarda, até que reparas que o teu apetite é uma espingarda. Ergue-se no estômago um falo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há qualquer coisa de errado no desenho dos talheres. A faca e o garfo trocaram de sexo como as mulheres que já tiveram pila e os homens que desistiram dela. Entre o peixe grelhado e a carne de gazela, um cigarro de intervalo: este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem matéria escura por todo o lado. Não sabes quem és mas a sobremesa traz a promessa de um clímax cozinhado à pressa com sal grosso e esperma de galo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há qualquer coisa de errado no desenho das colheres e os guardanapos são trapos de mulheres que já tiveram pila e de homens que desistiram disso. O garçon tem um sorriso postiço que é uma espécie de calo: este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem arcanjos no telhado. Não sabes quem és mas percebes que bebeste demais. Pedes outro scotch e águas minerais que cumpram a digestão do robalo. Este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem matéria escura por todo o lado. Pedes outro scotch e o teu cérebro é um gargalo. Este é o poema com ovo a cavalo.
Este é o poema com ovo a cavalo.
W. Shakespeare . Hamlet
A existência é um bife mal passado que sangra como a cabeça solta do Baptista decepado. O destino é servido numa gloriosa travessa de batatas fritas temperadas à pressa com sal grosso e esperma de galo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há na carta de vinhos mais cosmos do que pensas e mais histórias nas ementas imensas do que sonhos na filosofia de Horácio. O Juliae romano e o Spartacus trácio sentam-se iguais a esta mesa, rei e vassalo: este é o poema com ovo a cavalo.
Na salada da história universal procuras os açúcares do bem entre os ácidos do mal; irritas-te com a pimenta, zangas-te-te com a mostarda, até que reparas que o teu apetite é uma espingarda. Ergue-se no estômago um falo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há qualquer coisa de errado no desenho dos talheres. A faca e o garfo trocaram de sexo como as mulheres que já tiveram pila e os homens que desistiram dela. Entre o peixe grelhado e a carne de gazela, um cigarro de intervalo: este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem matéria escura por todo o lado. Não sabes quem és mas a sobremesa traz a promessa de um clímax cozinhado à pressa com sal grosso e esperma de galo: este é o poema com ovo a cavalo.
Há qualquer coisa de errado no desenho das colheres e os guardanapos são trapos de mulheres que já tiveram pila e de homens que desistiram disso. O garçon tem um sorriso postiço que é uma espécie de calo: este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem arcanjos no telhado. Não sabes quem és mas percebes que bebeste demais. Pedes outro scotch e águas minerais que cumpram a digestão do robalo. Este é o poema com ovo a cavalo.
A existência é um bife mal passado e o restaurante tem matéria escura por todo o lado. Pedes outro scotch e o teu cérebro é um gargalo. Este é o poema com ovo a cavalo.
Este é o poema com ovo a cavalo.
domingo, outubro 21, 2018
Esta banda não erra.
Os Birdpen estão de volta com "There's Something Wrong With Everything". Mas se a suspeita de que há algo de errado com tudo se confirma a cada dia que passa, a culpa não é deles, de certeza. A música de Dave Pen e Mike Bird é assertiva quanto baste para dar muita luta aos erros do mundo.
Birdpen . Eyes in the Sky
Birdpen . Eyes in the Sky
sexta-feira, outubro 19, 2018
O princípio da imersão.
Este bichinho aqui, o VR da PS4, dá início industrial à conquista de um universo alternativo. O processo tecnológico que promete imersão absoluta numa realidade virtual à escolha de cada um está mesmo no princípio e a maquineta tem ainda sérios problemas de juventude, principalmente no que diz respeito à liberdade
de movimentos e à resolução da imagem. Mas já é qualquer coisa de estonteante, garanto-vos.
quinta-feira, outubro 18, 2018
Nações Unidas pela falta de vergonha.
Angola, Somália, Ruanda, Senegal, Congo, Eritreia, Egipto, Iraque, Arábia Saudita, Bahrain, Afeganistão, Paquistão e Cuba. Verdadeiros campeões da liberdade, da dignidade e da cidadania, estes são alguns dos países que fazem parte, neste momento, da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Mas 80% dos 47 assentos desta comissão são usurpados por regimes que são totalitários ou niilistas ou draconianos ou caóticos ou simplesmente criminosos. A lista completa está aqui.
Assim sendo, gentil leitor, sempre que vires um relatório desta Comissão a ser propagado pela imprensa como um manifesto moral em favor da humanidade, lembra-te de quem o redigiu.
As Nações Unidas são na verdade um logro. São na verdade uma organização que devia envergonhar o Ocidente. O problema é que o Ocidente já perdeu a vergonha há muito tempo.
Assim sendo, gentil leitor, sempre que vires um relatório desta Comissão a ser propagado pela imprensa como um manifesto moral em favor da humanidade, lembra-te de quem o redigiu.
As Nações Unidas são na verdade um logro. São na verdade uma organização que devia envergonhar o Ocidente. O problema é que o Ocidente já perdeu a vergonha há muito tempo.
quarta-feira, outubro 17, 2018
Frase do mês.
“A situação é
muito difícil e a frase 'Reconquistar a República' é apropriada porque em distritos como Paris, Marselha ou Toulouse é a lei do mais forte que reina, a dos narcotraficantes
e dos radicais islâmicos. E essa lei suplantou a República.”
Gérard Collomb, ministro francês do interior, demissionário.
Gérard Collomb, ministro francês do interior, demissionário.
terça-feira, outubro 16, 2018
Steve Pinker e as virtudes do progresso.
"I have found that intellectuals hate progress. And intellectuals who call themselves progressive really hate progress."
Steve Pinker
Nesta breve mas brilhantíssima dissertação, o bom professor de Harvard traz ao Blogville o que o Blogville desesperadamente precisa: algum optimismo. Porque a condição humana é progressista (no sentido ontológico e apolítico da palavra), a humanidade tem progredido, historicamente. Progride nos dias de hoje. E progredirá no futuro. Vivemos agora muito melhor do que há 30 anos atrás, por estranho que pareça. E incomensuravelmente melhor do que há um século. E assim sucessivamente. Steve Pinker mostra os números, que são eloquentes. Mas não tão eloquentes como as suas sábias palavras. Um Ted Talk como deve ser.
segunda-feira, outubro 15, 2018
Nas trincheiras da batalha pela Civilização Ocidental.
"Western Civilization is in a massive crises and the reason is the left and if one does not understand that is the left versus the west, one understands nothing about the modern world."
"God means and has meant limited government in America. Big God, little government; little God, big government. "
Dennis Prager
Gentil leitor: se prezas civilização de que és produto consumado, deves ouvir as sábias palavras de Dennis Prager. A capacidade oratória do fundador da PragerU e eloquente radialista, assente numa plataforma explosiva de humor e dramatismo, vale por si só. Mas é o que ele tem para dizer que é realmente importante.
Neste breve discurso proferido no David Horowitz Freedom Center, em Agosto do ano passado, Prager explica muito bem explicada a tragédia da Civilização Ocidental. Abdicando dos valores judaico-cristãos que estão nos seus fundamentos morais, filosóficos e políticos, abjurando a sua história e a sua cultura, ressuscitando a importância da raça e fomentando a guerra do género, assassinando instituições fundacionais como a religião, o casamento, a liberdade de expressão, a livre iniciativa e a responsabilidade individual e substituindo esses valores sagrados por um dessacralizante nada, o Ocidente permitiu à esquerda socialista e pós-modernista accionar o motor de queda de um modelo ontológico que é, de longe, o mais bem sucedido da história da humanidade.
A certa altura, Dennis Prager conta a história de um colunista do Nem York Times que teve a ousadia - ou a idiotia - de equiparar a tradição sinfónica barroca ao folclore Indonésio. Como brilhantemente afirma o orador, só os indonésios (e os colunistas do New York Times) ouvem folclore indonésio. Mas toda a gente no mundo, em contrapartida, partilha dos benefícios da imortal e monumental e geneticamente universalista obra de Bach. As coisas são como são. E é por causa das coisas serem teimosamente como são que a esquerda desistiu da realidade. Vive num estado onírico de destruição e caos. O sonho derradeiro de quem não tem nada a perder.
domingo, outubro 14, 2018
Uma máquina de fazer rock #02
Nothing But Thieves, outra vez. Grande banda, grande canção.
Nothing But Thieves . Sorry
Nothing But Thieves . Sorry
sábado, outubro 13, 2018
Hã?
Leio uma manchete no sempre medíocre jornal Público, que diz assim: "Em Itália, das borras do café nascem cogumelos. E isso é bom para o planeta."
Só uma pessoazinha completamente ignorante de tudo e - substancialmente - do que é bom ou mau para o planeta é que é capaz de escrever esta parangona. Mas alguém precisa de dizer a Liliana Borges que uns poucos de fungos que um italiano qualquer faz crescer no que sobra de uma infusão de cafeína são completamente irrelevantes para um corpo celeste com 4,5 biliões de anos.
Entretanto, no sempre superficial Observador, leio, numa notícia sobre o furacão Leslie que é um exercício delirante de alarmismo, esta frase ridícula: "É a terceira vez que um furacão tão poderoso atinge Portugal."
Mas é a terceira vez desde quando? Sabe a jornalista Carolina Branco, que escreveu esta afirmação imbecil, quantos furacões atingiram o território nacional desde 1143? É claro que não faz a mais pequena ideia. Nem ela nem ninguém. O jornalismo contemporâneo é uma estética sem ética: a frase soa bem, assusta bastante, logo, toca a publicar. Não interessa se é um facto inventado sem ponta por onde se lhe pegue. Não interessa a idiotia e a falácia. Interessa criar o medo e prosseguir com o alarmismo ambientalista mais primário que se pode imaginar. Isso é que interessa.
Só uma pessoazinha completamente ignorante de tudo e - substancialmente - do que é bom ou mau para o planeta é que é capaz de escrever esta parangona. Mas alguém precisa de dizer a Liliana Borges que uns poucos de fungos que um italiano qualquer faz crescer no que sobra de uma infusão de cafeína são completamente irrelevantes para um corpo celeste com 4,5 biliões de anos.
Entretanto, no sempre superficial Observador, leio, numa notícia sobre o furacão Leslie que é um exercício delirante de alarmismo, esta frase ridícula: "É a terceira vez que um furacão tão poderoso atinge Portugal."
Mas é a terceira vez desde quando? Sabe a jornalista Carolina Branco, que escreveu esta afirmação imbecil, quantos furacões atingiram o território nacional desde 1143? É claro que não faz a mais pequena ideia. Nem ela nem ninguém. O jornalismo contemporâneo é uma estética sem ética: a frase soa bem, assusta bastante, logo, toca a publicar. Não interessa se é um facto inventado sem ponta por onde se lhe pegue. Não interessa a idiotia e a falácia. Interessa criar o medo e prosseguir com o alarmismo ambientalista mais primário que se pode imaginar. Isso é que interessa.
sexta-feira, outubro 12, 2018
Nas trincheiras da Segunda Guerra Civil Americana.
"The answer to Donald Trump, you may say, is to do just the opposite of Donald Trump. Being noble, being kind, being classy. But I believe that we must honestly ask ourselves as a party whether those we fight for can afford our gentleness."
Michael Avenatti (D)
“You cannot be civil with a political party that wants to destroy what you stand for, what you care about. That’s why I believe, if we are fortunate enough to win back the House and/or the Senate, that’s when civility can start again.”
Hillary Clinton (D)
"It is time for our society to acknowledge a sad truth: America is currently fighting its second Civil War."
Dennis Prager (R)
A 14 de junho de 2017, em Alexandria, Virgínia, um destacado congressista republicano, Steve Scalise, foi baleado enquanto treinava para o Jogo Anual de Baseball do Congresso, um evento de filantropia republicano, programado para o dia seguinte. Crystal Griner, um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA designado para proteger Scalise; Zack Barth, assessor do Congresso; e Matt Mika, um lobista da Tyson Foods foram também baleados. O tiroteio entre o atirador - James Hodgkinson, um ativista de esquerda - e agentes da Polícia do Capitólio e de Alexandria durou dez minutos. Hodgkinson acabou por ser atingido e morreu desses ferimentos no mesmo dia, no Hospital da Universidade George Washington. O Procurador Geral da Virgínia concluiu que Hodgkinson planeava o assassinato em massa de todos os republicanos que lhe surgissem pela frente. (1)
Este episódio de terrorismo puro e duro foi, tipicamente, muito pouco noticiado, até nos Estados Unidos. Mas é talvez o mais eloquente sobre o barril de pólvora em que assenta, periclitante, a república americana dos dias perigosos que correm.
Mas há mais. Há muito mais fogo cerrado nas trincheiras do combate político contemporâneo, nos Estados Unidos. E a verdade é que a polarização ideológica e cultural a que assistimos hoje na sociedade americana só tem precedentes históricos no período preliminar à guerra da Secessão. Mesmo comparada com a crise de identidade que a nação viveu entre 1965 e o inícios dos anos 70, com a guerra do Vietname a ser travada substancialmente na frente doméstica, a actual radicalização de conteúdos e retóricas partidárias (que tem origem no ataque às Torres Gémeas de 2001, nos decorrentes conflitos bélicos espoletados pela Administração Bush e pela consequente eleição de um marxista para a presidência) só tem paralelo na belicosa divergência entre os estados confederados e o governo central da primeira metade do século XIX.
Nos últimos 15 anos, a esquerda americana perdeu a sua tradição liberal e o Partido Democrata europeizou-se, no pior sentido do termo, sendo hoje, em termos ideológicos e culturais, um grande e heterogéneo Bloco de Esquerda. Esse shift dos democratas para a esquerda, deixou um espaço eleitoral livre e acessível ao centro, que o Partido Republicano prontamente - e precipitadamente - ocupou. Tornando o seu discurso mais secular, aceitando em boa parte o colete de forças do politicamente correcto e permitindo a ratificação sucessiva de legislação que colide contra os valores do conservadorismo cristão do núcleo duro - e crítico - do seu eleitorado natural, os republicanos não ganharam ao centro o que perderam à direita. O primeiro sinal deste desacerto estratégico surgiu com o Tea Party. A confirmação da catástrofe aconteceu com a eleição de Donald Trump.
O resultado de tudo isto é uma espécie de tempestade perfeita.
Considera, gentil leitor, a atual liderança do Partido Democrata. O presidente Tom Perez é um radical que encorajou abertamente a recente vaga de protestos violentos, interpretada por turbas que envergonham os mais niilistas dos activistas europeus. O vice-presidente é um declarado e notório anti-semita, Keith Ellison, conhecido pela tristemente célebre afirmação de que a Constituição dos EUA é a “melhor evidência de uma conspiração racista branca para subjugar outros povos”. (2)
Um e outro foram grandes apoiantes de Barak Obama, que, em 2008, disse num comício, a propósito dos seus adversários políticos à direita: “If they bring a knife to the fight, we bring a gun." (3)
Encorajados pela cúpulas do partido, os apparatchiks têm vindo, progressivamente e de forma assustadora, a subir a parada da hostilidade semântica e a intensificar os apelos à violência física. Dou apenas alguns exemplos, porque existem na verdade centenas deles.
- Em novembro de 2016, a actriz Lea Delaria não conseguia esconder o seu desejo quizilento (é dizer pouco) quando tweetou, sugerindo uma alternativa à violência da palavra escrita: "or pick up a baseball bat and take out every fucking republican and independent I see". (4)
- Em setembro de 2017, a comediante Kathy Griffin posou para o fotógrafo Tyler Shields segurando uma maquete da cabeça decepada de Trump. O fotógrafo vendeu a foto por 150 mil dólares. (5)
- Em declarações à CNN, no início de maio deste ano, Laurence Tribe, professor de Direito de Harvard, disse sobre o possível impeachment de Trump: "If you’re going to shoot him, you have to shoot to kill”.
- Em junho, a senadora Maxine Waters, da Califórnia, incentivou os seus partidários a assediar funcionários do governo Trump, sempre que os encontrassem em espaço público, informando esses funcionários da seguinte forma: "you're no longer welcome, anywhere". (6)
Da teoria à prática não passou muito tempo. Sarah Sanders (secretária de imprensa da Casa Branca), Kirstjen Nielsen (secretária do Departamento de Segurança Interna) e Ted Cruz (senador republicano) foram expulsos de restaurantes, a propósito das suas convicções políticas e dos cargos que ocupam. (7)
- Em julho, o senador Cory Booker, presumivelmente um futuro candidato à presidência - encorajou activistas a seguirem um comportamento que é, no mímino, discutível em democracia: "Get up in the face of congresspeople."(8)
- Em Setembro, Farzad Fazeli foi preso depois de tentar esfaquear um candidato republicano ao Congresso, num festival de outono em Castro Valley, Califórnia. Antes da tentativa de agressão, Fazeli gritou obscenidades sobre o presidente Trump, o Partido Republicano e as autoridades eleitas. (9)
- No domingo passado, na ressaca da tomada de posse do Juíz Kavanaugh, o procurador-geral da era Obama, Eric Holder, reforçou o tom agressivo e irresponsável que se está a tornar o novo normal da esquerda. Falando num evento de campanha na Geórgia, disse isto sobre os republicanos: “When They Go Low, We Kick Them". Confere esobre o estadte momento no vídeo em baixo, paciente leitor, e repara na reacção da audiência a esta inflamatória afirmação, que diz muito so de espírito instalado nas hostes democratas.
- Na segunda-feira, Hillary falou na impossbilidade de tratar o Partido Republicano de forma civilizada (post sobre o assunto aqui).
- Esta semana, o líder estudantil republicano John David Rice-Cameron foi agredido por activistas de esquerda quando tentava proferir um discurso em favor de Kavanaugh, na universidade de Standford. Ironicamente Rice-Cameron é filho da Conselheira de Segurança de Obama - Susan Rice. (10)
O tom belicista é hoje um componente formal do discurso democrata. Bre Payton, repórter do The Federalist, captou imagens de activistas à porta do Supremo Tribunal americano que gritavam “I’d shoot that motherfucker Kavanaugh in the face. Trump too” (11). A violência verbal tem gerado o caos e um sentimento de insegurança que não pode ser mais perigoso do que já é. Kelley Paul, a mulher do senador republicano Rand Paul, afirmou recentemente que dorme com uma arma carregada debaixo da almofada, como precaução contra "pessoas desiquilibradas" que são incitadas pelos democratas a assediar os legisladores republicanos (12). E Susan Collins, a corajosa senadora republicana do Maine, cujo voto permitiu a Kavanaugh a confirmação como juiz do Supremo, tem neste momento uma escolta de segurança que a acompanha nas suas actividades profissionais e pessoais, tanto em Washington como no estado que representa (13).
Um relatório completo e em constante actualização dos actos de violência e intimidação perpetrados contra republicanos e apoiantes de Trump - e sancionados pela imprensa - pode ser encontrado aqui.
A soma vai em 594 registos. Este relatório inclui 101 incidentes violentos contra seres humanos (incluindo crianças) e 43 episódios de vandalismo, destruição de propriedade e incêndios criminosos.
Se seguirmos o princípio normativo de Murphy, o mais provável é que um evento deste tipo, num futuro mais próximo do que julgas, pacífico leitor, desencadeie um conflito armado de largas proporções. Lembro que a guerra da independência americana começou oficialmente com um tiro apenas, disparado acidentalmente por um artilheiro do exército inglês. (14)
Enquanto isto, a Google entretém-se com briefings internos que evangelizam a "boa censura", explicando aos seus quadros que, devido a uma variedade de fatores, incluindo a eleição do presidente Trump, a tradição americana de liberdade de expressão na internet é inviável (15). A não ser, claro, que essa liberdade de expressão seja interpretada pelas turbas radicais de esquerda cujas acções de vandalismo e intimidação apenas cumprem um "direito constitucional", de acordo com a CNN. Num recente painel desta estação de propaganda da nova esquerda americana, alguém manifestou esta simpática opinião sobre Kanye West, um rapper que apoia publicamente Trump: "He is what happens to negroes when they don't read." (16)
Nem sei se vale a pena fazer notar que esta é, na forma e na substância, uma das acusações mais profundamente racistas que podem ser feitas a alguém, na medida em que implica, por exemplo, que um negro que não lê tem que ser um imbecil - por oposição a um outro ser humano de outra raça qualquer, que apesar de não ler, não será tão imbecil assim.
É, porém, bastante óbvio que o insano clima de confronto que se vive do outro lado do Atlântico não é da exclusiva responsabilidade da esquerda. Trump, com as suas declarações boçais e os seus tweets tão virulentos como desnecessários, não ajuda nada. E os micro-organismos de atavismo racista e de extrema direita, sem bem que esporádicos, não deixam de se manifestar, apesar de serem tratados com um nojo pela imprensa mainstream que é completamente diferente da usual legitimação que é proporcionada a movimentos radicais de sentido ideológico oposto, como a Antifa, por exemplo.
De qualquer forma, a direita americana não parece, de uma maneira geral, tão virulenta como a esquerda. Muito por uma razão óbvia: a população civil de direita está armada. Principalmente no interior e no sul do continente, onde a posse de armas faz parte integrante da cultura e do costume da república. E a eloquência das armas não precisa de slogans, nem de comícios, nem de conferências de imprensa, nem de loops noticiosos, nem de redes sociais.
Dennis Prager, o eminente fundador da PragerU, afirma, numa das citações com que iniciei este texto, que a segunda guerra civil americana já começou (17). Mas argumenta também que se trata de uma guerra cultural e não bélica. Vamos esperar que assim se mantenha. Por muito feia que seja, é preferível à outra. Com milhões de mortos nas trincheiras das ideologias radicais.
_____________
(1) - The Terrifying Story of the Congressional Baseball Shooting - The Washingtonian
(2) - Beyond the rudeness of current political discourse - The Washington Times
(3) - Bringing a gun to a knife fight - Snopes fact Checker
(4) - Actress Lea DeLaria says she wants to 'take out' Trump supporters with baseball bat - Fox News
(5) - Controversial photo of Kathy Griffin holding a fake severed head of Donald Trump - The Mail Online
(6) - Maxine Waters Tells Supporters to Confront Trump Officials - Time Magazine
(7) - The list of Trump White House officials who have been hassled over administration policy - USA Today
(8) - Sen. Cory Booker Pleads for Supporters to 'Get Up in the Face of Congresspeople - Fox News
(9) - Castro Valley man allegedly cursed Trump, tried to stab GOP congressional candidate - San Francisco Chronicle
(10) - Susan Rice's Republican son assaulted at Kavanaugh rally - The Washington Times
(11) - Kavanaugh protestor: “I’d shoot that motherfucker in the face. Trump too" - Bre Payton Twitter page
(12) - 'I sleep with a loaded gun': Rand Paul's wife afraid of 'unhinged' people goaded by Democrats - RT
(13) - Police boost security, escort Sen. Collins at Capitol - Portland Press Herald
(14) - The American Revolution begins - The History Channel
(15) - Leaked Google research shows company grappling with censorship and free speech - The Verge
(16) - CNN Panel: ‘Kanye West Is What Happens When Negroes Don’t Read,’ -Accuracy in Media
(17) - America’s Second Civil War . The Dennis Prager Show
quarta-feira, outubro 10, 2018
Hillary Clinton mostra quem é.
Neste excerto de uma entrevista concedida depois da vergonhosa derrota dos democratas no vergonhoso processo que procurou, sem sucesso, impedir o juíz Kavanaugh de ascender ao Supremo Tribunal americano, Hillary mostra bem quem é e a que ponto chegou a polarização e a violência verbal (e não só verbal) da vida política americana. Não conseguindo disfarçar o rancor e o ressentimento de sucessivos e gigantescos fracassos, esta triste e amarga e irresponsável criatura afirma, com a maior cara de pau deste mundo, que os republicanos não podem nem devem ser tratados com civilidade. Que a civilidade só será possível quando os democratas tiverem maioria numa das câmaras.
Incrível. E triste como o diabo.
Incrível. E triste como o diabo.
Uma máquina de fazer rock.
Os Nothing But Thieves estão de regresso com Broken Machine. Apesar do nome do disco (e do tema de que faço post), esta espectacular máquina de fazer boa música não está avariada. Nem pouco mais ou menos.
Nothing But Thieves . Broken Machine (Stripped Version)
Nothing But Thieves . Broken Machine (Stripped Version)
quinta-feira, outubro 04, 2018
Tender, antes de toda a ternura.
A minha declaração de amor a esta banda extraterrestre está aqui escrita, na presunção da sua permanência.
Não costumo dedicar os meus ocupados ouvidos com EP's porque as músicas que são libertadas antes de perfazerem um disco inteiro, para mim, são uma espécie de spoiler da coisa grande que será parida a seguir.
Ainda assim, e porque fui emocionalmente alertado para o facto dos Tender terem uma música nova a bombar por aí, aqui fica ela. Porque é bela. E porque a minha atenção foi bem acordada.
Tender . Handmade Ego
Não costumo dedicar os meus ocupados ouvidos com EP's porque as músicas que são libertadas antes de perfazerem um disco inteiro, para mim, são uma espécie de spoiler da coisa grande que será parida a seguir.
Ainda assim, e porque fui emocionalmente alertado para o facto dos Tender terem uma música nova a bombar por aí, aqui fica ela. Porque é bela. E porque a minha atenção foi bem acordada.
Tender . Handmade Ego
terça-feira, outubro 02, 2018
Haikus da Baía #04
Não há borbulha que sobreviva
a um mês de sol.
----------
Mesmo quando a guerra não estala,
a paz é efémera.
----------
Um dia mais fresco.
É o verão que se despede
ou Deus que ligou
o ar condicionado?
----------
A minha cabeça não para.
Principalmente quando decido
tirar férias dela.
----------
Preciso de ser racional.
Mas prefiro a emoção
deste fim de tarde.
----------
O que distingue o Sapiens
dos outros bichos:
percebemos que há música
entre o ruído do mundo.
----------
Um haiku por dia
explica a gramática da Baía.
----------
A cólera transforma o homem
como o sol poente incendeia a paisagem.
----------
Uma garrafa de scotch meio vazia
tem esta virtude:
o bom senso do sono.
----------
Regresso à cidade.
Depois do sossego da baía,
as avenidas aos gritos.
Alexandro, o Grande.
Alexandro Valverde sagrou-se ontem, com 38 anos, campeão do mundo de ciclismo de estrada. Aqueles que gostam e seguem a modalidade sabem bem que este não é um atleta qualquer. Nobre e incansável lutador, trepador explosivo e leal líder da Movistar, Alexandro é aquele tipo de herói desportivo que, mesmo nos piores momentos, nunca perde a face.
Apesar de ter ganho apenas uma das 3 grandes voltas do circuito internacional, a Vuelta de 2012, terminou no pódio destas competições por 8 vezes e tem um palmarés que fala por si próprio: com 16 anos de carreira profissional, somou 122 vitórias, conquistando títulos sucessivos em grandes provas do calendário da UCI, como o Critério Dauphiné (2 vitórias), a Fléche Valogne (5), a Liège–Bastogne–Liège (4) ou a Volta à Catalunha (3), tendo sido campeão espanhol de estrada por duas vezes e de contra-relógio por uma vez, entre muitos outros êxitos. Entre muitas outras épicas corridas.
Com esta vitória monumental, Alexandro poderá decidir terminar a sua carreira em beleza. O que é uma pena. As estradas nunca mais serão as mesmas sem ele.
Sobre estes campeonatos do mundo, tenho ainda que destacar aquele que considero ser, actualmente, o ciclista mais completo e espectacular do pelotão internacional: Tom Dumoulin. Depois de ser segundo no Giro e segundo no Tour, o holandês veio aos campeonatos do mundo disputar as provas de contra-relógio por equipas, contra-relógio individual (provas que tinha vencido em 2017) e de fundo. Com a determinação que se lhe reconhece, lutou até ao fim pelos três títulos. Nos contra-relógios ficou em segundo e na prova de fundo em quarto (com o mesmo tempo dos ciclistas que compuseram o pódio). Há quem diga que Dumoulin acabou por falhar todos os objectivos da época. Eu, que adoro ciclismo, acho que Tom Dumoulin fez uma época absolutamente brilhante.
Quanto aos portugueses, os resultados não foram maus de todo: Nelson Oliveira fez quinto no contra-relógio e Rui Costa foi décimo na prova de fundo, tendo feito uma excelente prova, sempre posicionado entre os candidatos à vitória até à última subida, demasiado íngreme para favorecer as suas características naturais.
Os campeonatos do mundo fecharam mais uma época vibrante. Para o ano há mais.
Apesar de ter ganho apenas uma das 3 grandes voltas do circuito internacional, a Vuelta de 2012, terminou no pódio destas competições por 8 vezes e tem um palmarés que fala por si próprio: com 16 anos de carreira profissional, somou 122 vitórias, conquistando títulos sucessivos em grandes provas do calendário da UCI, como o Critério Dauphiné (2 vitórias), a Fléche Valogne (5), a Liège–Bastogne–Liège (4) ou a Volta à Catalunha (3), tendo sido campeão espanhol de estrada por duas vezes e de contra-relógio por uma vez, entre muitos outros êxitos. Entre muitas outras épicas corridas.
Com esta vitória monumental, Alexandro poderá decidir terminar a sua carreira em beleza. O que é uma pena. As estradas nunca mais serão as mesmas sem ele.
Sobre estes campeonatos do mundo, tenho ainda que destacar aquele que considero ser, actualmente, o ciclista mais completo e espectacular do pelotão internacional: Tom Dumoulin. Depois de ser segundo no Giro e segundo no Tour, o holandês veio aos campeonatos do mundo disputar as provas de contra-relógio por equipas, contra-relógio individual (provas que tinha vencido em 2017) e de fundo. Com a determinação que se lhe reconhece, lutou até ao fim pelos três títulos. Nos contra-relógios ficou em segundo e na prova de fundo em quarto (com o mesmo tempo dos ciclistas que compuseram o pódio). Há quem diga que Dumoulin acabou por falhar todos os objectivos da época. Eu, que adoro ciclismo, acho que Tom Dumoulin fez uma época absolutamente brilhante.
Quanto aos portugueses, os resultados não foram maus de todo: Nelson Oliveira fez quinto no contra-relógio e Rui Costa foi décimo na prova de fundo, tendo feito uma excelente prova, sempre posicionado entre os candidatos à vitória até à última subida, demasiado íngreme para favorecer as suas características naturais.
Os campeonatos do mundo fecharam mais uma época vibrante. Para o ano há mais.
Subscrever:
Mensagens (Atom)