domingo, março 31, 2019

Clássicos de culto: o Ferrari 250 GT Berlinetta SWB de 1961.

A Ferrari só sabe construir clássicos, claro, mas este 250 GT é um dos meus preferidos. Já não se desenham automóveis assim. Ninguém tem a ousadia necessária a esta aventura estética.
Um dos mais notáveis carros de corrida do seu tempo, o 250 GT era uma verdadeira máquina de devorar asfalto: o chassis leve, a curta distância entre eixos, a baixa altura ao solo e os 240 cavalos do motor de 12 cilindros garantiam performances assustadoras. Tudo o resto garantia classe.
Se o diabo fosse um automóvel, seria um 250 GT Berlineta SWB.


segunda-feira, março 25, 2019

quarta-feira, março 20, 2019

Vivaldi metálico.

Ainda a propósito de boa música metalizada, os Sinfonity, que vão estar em Portugal no fim deste mês, arranham um intempestivo Vivaldi, com ganas de electrificar o mundo:



Sinfonity plays Vivaldi . Four Seasons . Storm

terça-feira, março 19, 2019

E agora algo completamente diferente.

Deafheaven. Uma banda de Black Metal que este meu querido amigo fez o favor de me apresentar e que tem muito que se lhe diga. Eu já não ouvia metal há décadas, bem entendido, mas fiquei super agradado com esta opereta aqui:



Deafheaven . You Without End

Jornal de Letras - 2016/2018 - #03

Maquiavel e a Dama . Somerset Maugham . Livros do Brasil
Uma obra meio biográfica, meio ficcional, que relata uma paixoneta que Maquiavel entretém em Imola, enquanto procura desesperadamente convencer César Bórgia a não incluir Florença nos seus planos de conquista. Sendo escrito por quem é, um dos grandes mestres da novela, não admira que o leitor esteja perante um bocado magistral de literatura. Acresce que a tradução desta edição dos anos cinquenta é assinada por Erico Veríssimo, o que transforma este livrinho numa rara e preciosa jóia. Cinco estrelas.


Fanny Owen . Augustina Bessa-Luís . Guimarães Editores
Nunca tinha lido nada da Augustina e pensava que isso era uma lacuna grave. Depois de ler este enfadonho romance, percebi que fiz muitíssimo bem em ingorá-la durante tantos anos. Até Camilo Castelo Branco, um dos protagonista da rábula e que seria a todos os títulos um personagem literário de grande potencial, se torna um chato irrecuperável. Sendo que a obra, se assim lhe podemos chamar, tem como génese uma encomenda do Manuel de Oliveira para o seu filme "Francisca", não é de estranhar que se trate de uma estopada das antigas, mas ainda assim acho que não vou repetir o erro de voltar a pegar num livro escrito por esta senhora.


Mistérios de Lisboa . Camilo Castelo Branco . 3 vols . Parceria A. M. Ferreira Lda.
A propósito do Camilo, desde que descobri que tinha na cave as obras completas desta figura monumental (a propriedade da colecção é do meu sogro), tenho procurado ler alguma coisa para além d'O Judeu e da Queda de um Anjo, que já tinha lido há muitos anos, embora, claro está, tenha perfeita consciência que morrerei sem consumir nem um terço da coisa, porque o homem escreveu muito para lá daquilo que é admissível dar conta. Comecei por esta trilogia, que é deliciosa: um vasto conjunto de pequenas novelas sobre os intestinos emocionais, psicológicos e sociais da Lisboa do Século XIX, naquele registo ultra-romântico e meio decadente que caracteriza o imortal autor. Adorei, para dizer a verdade.


A Lógica do Dinheiro . Niall Ferguson . Temas e Debates
Este é um autor que sigo com zelo de discípulo porque se trata claramente de um dos mais brilhantes intelectuais ingleses da sua geração. Fiz a recensão crítica do seu "Colosso" aqui há uns três anos atrás, para o Deus Me Livro, e esta obra também merecia semelhante dedicação, para a qual não tenho vagar neste momento. Fica em vez disso - e se calhar melhor do que isso - um documentário poderoso que Ferguson realizou em 2016 sobre o tema do dinheiro. E uma nota só: alguma vez te passou pela cabeça, gentil leitor, que o dinheiro é o único elo de confiança verdadeiramente unânime que é possível estabelecer entre todos os povos da Terra? Sobre o dinheiro, e o seu valor não nominal, parecemos estar todos de acordo. É, na verdade, a única coisa sobre a qual todos concordamos no correr da história universal.




O Pátio Maldito . Ivo Andric . Cavalo de Ferro
Ivo Andric é um dos poucos Nobel que de facto mereceram o prémio nos últimos 70 anos. É claro que este Pátio Maldito não está no patamar olímpico de Uma Ponte Sobre o Drina, mas não deixa de ser uma novela intensa, saborosa e multi-dimensional sobre um monge cristão que é enfiado, por erro judicial, na pior prisão de Instambul. Excelente bocadinho de literatura.


O Arquipélago Gulag . Aleksandr Soljenítsin . Sextante Editora 
Sempre tive uma enorme admiração por Soljenítsin, depois de ter lido O Pavilhão dos Cancerosos na adolescência. Mas, tendo absorvido posteriormente muita informação sobre a vida e a obra deste grande herói russo, este enorme guerreiro da liberdade, nunca mais li nada escrito por ele. Isso aconteceu só agora com este monumental documento que constitui factualmente um dos mais importantes contributos para a queda do Império Soviético.
Soljenítsin relata, com fôlego enciclopédico e coragem épica, todo o indiscriminado e absoluto horror dos campos de trabalho do regime dos sovietes. E fá-lo graças à recolha de milhares de casos concretos, de pessoas reais apanhadas na teia da mais sinistra aranha do século XX: a do totalitarismo comunista.
Testemunho impressionante da brutalidade e do niilismo a que chegou o poder soviético, O Arquipélago Gulag devia ser leitura obrigatória para os millenials deste mundo (e outros parvos mais velhos), que encaram o socialismo como uma receita plausível para os males da civilização.

Jordan B. Peterson redigiu o prefácio para uma recente edição em Inglês desta obra imortal. Aqui fica esse prefácio, lido por ele mesmo:




Curvas Ideais, Relações Desconhecidas e Outras Histórias da Matemática . Jorge Buescu . Gradiva
O meu estimado amigo Jorge Buesco é sem qualquer dúvida o grande divulgador da Matemática e da Física no nosso país e já aqui muito escrevi a propósito dos volumes que o emérito professor da FCUL tem editado pela Gradiva. Este novo conjunto de ensaios não foge à boa regra de ensinar ciência a leigos através do recurso às histórias que estão por trás das descobertas, dos cálculos e dos teoremas. Das ondas gravitacionais (e respectivas hesitações de Einstein) aos problemas do tráfego automóvel, da geometria de Almada Negreiros ao Bitcoin, mergulhamos com o Professor num universo de charadas e enigmas, de falhanços e de glórias, de ideias terra-transformadoras e episódios recambulescos para ficarmos um bocadinho mais sábios.
Se gostas de ler sobre ciência, gentil leitor, compra e lê todos os livros do Professor Buescu.


Cem Provérbios Chineses . Recolha e comentários de Fan Wixin . Instituto cultural de Macau
Os proverbios chineses não são bem um equivalente dos provérbios como os entendemos em Portugal. Os nossos provérbios têm origem na sabedoria popular. Os provérbios chieneses tâm origem na erudição histórica. O que os torna bem mais interessantes.
Por exemplo, para dizer que não se deve julgar ninguém de forma definitiva, sem ter em conta a sua capacidade de evoluir no tempo, um chinês recorre ao seguinte provérbio: "ao fim de três dias sem ser visto, um homem deve ser olhado com outros olhos". A máxima tem origem numa história que decorre entre os anos 20 e 80 da nossa era, no chamado Período dos Três Reinos. Um general analfabeto, Lu Mong, valente mas intelectualmente desconsiderado, é destacado pelo seu rei para um palco operacional de grande complexidade. Três anos depois é visitado por Lu Su, o Ministro da Guerra, que verifica, espantado, que Lu Mong tinha resolvido os problemas militares com mestria táctica, inovando sobre a doutrina da guerra. Perante o pasmo do ministro, Lu Mong contrapõe a frase proverbial, que fica para a posteridade.
Este livro é uma verdadeira montanha de sabedoria e erudição oriental, cuja leitura me deu um prazer enorme.

quarta-feira, março 13, 2019

A contratação mais baratinha da história universal do pontapé na bola.



Há um ano atrás, Cristiano Ronaldo demonstrou claramente, neste mesmo palco de Turim, que a diferença estava nele e em mais ninguém e o Real Madrid eliminou a Juventus. Hoje, voltou a provar o seu ponto: quem tem o CR7 costuma seguir em frente na mais exigente competição de futebol já inventada. E a Juventus suplantou um outro grande de Espanha.
A miserável quantia que os italianos pagaram ao rival ibérico por este marciano, talvez o melhor jogador de futebol de sempre, já está, claro, mais que paga e mais que rentabilizada. Este foi, muito provavelmente, o melhor negócio já feito por um clube desde que alguém numa universidade inglesa decidiu que a bola devia ser redonda e jogada preferencialmente com os pés.
Nesta altura da sua carreira, Ronaldo faz história de cada vez que entra em campo. Às vezes, como aconteceu hoje, faz mais que isso. Faz posteridade.

domingo, março 10, 2019

Convém ler o dr. Gonçalves:

O PS (o PS dos boatos sobre Sá Carneiro, o PS do livro censurado de Rui Mateus, o PS da Casa Pia, o PS das inúmeras habilidades do “eng.” Sócrates, o PS dos telefonemas irados ou doces aos directores de informação, o PS que manda na linha editorial dos jornais a ponto de os tornar irrelevantes ou extintos, o PS que deu à Lusa uma credibilidade idêntica à do saudoso “O Crime”, o PS que inventou a ERC, o PS dos resgates à banca e dos saques ao contribuinte, o PS das negociatas disfarçadas de “desígnios”, o PS sem vergonha da vergonha dos incêndios de 2017, o PS das austeridades viradas na retórica e agravadas na prática, o PS do blogue Câmara Corporativa, do sr. Abrantes e de incontáveis jagunços que saltitam nas “redes sociais” e nos espaços de “opinião pública”, o PS da propaganda descarada, o PS dos paquistaneses travestidos de militantes, o PS que branqueia o rosto do líder como branqueia cada embrulhada em que se mete, o PS das prosperidades que terminam em bancarrota, o PS dos srs. Centeno, Ferro e César, o PS que mais do que qualquer outro partido se confunde com o sinistro “aparelho de Estado”, o PS enfim que, há dias, criou a agência espacial portuguesa) quer acabar com as “fake news”.

Primeiro parágrafo da crónica de ontem de Alberto Gonçalves, no Observador. Convém ler o resto.

Pela Estrada Fora #19

O segmento da Nacional 9-1, que sobe da Penha Longa para a Malveira da Serra, é um monumento ao asfalto. A estrada é sinuosa tanto como é rápida, e transita de forma espectacular da cenografia fechada da floresta para um palco panorâmico e exuberante sobre o Atlântico. Além disso, oferece várias entradas para troços absolutamente lindos - e desertos - do velho Rally de Portugal. Pode parecer incrível, mas Sintra ainda tem algumas estradas secretas (assunto para um próximo post).






sexta-feira, março 08, 2019

Com o Twitter à mostra.

Da primeira vez que Joe Rogan entrevistou Jack Dorsey, o criador e actual CEO do Twitter, a coisa não correu muito bem, porque Rogan não estava nitidamente num dia bom e poupou imenso o entrevistado, principalmente nas questões ligadas à censura e aos constantes atentados à livre expressão por parte do gigante americano. Mas sendo Joe Rogan o tipo decente que é, percebeu bem a avalanche de críticas e decidiu gravar outro programa dedicado ao assunto. Voltou a convidar Dorsey, que veio acompanhado pela sua directora de moderação - Vijaya Gadde, mas agora optou por convidar também o tremendo Tim Pool, para que os executivos da rede social do canário fossem confrontados por um adversário à altura. E Tim Pool é um desses.

Nem vale a pena dizer que este podcast resultou bem melhor do que o anterior, tanto mais que dá para perceber perfeitamente que o Tweeter não é uma plataforma ideologicamente neutra. A conversa é sempre elevada e extremamente interessante; tanto Dorsey como Gadde mostram uma atitude dialéctica, positiva e até humilde, que é de assinalar, mas não conseguem na verdade disfarçar o preconceito ideológico, que começa logo por estar presente nas regras impostas aos utilizadores. E acaba num problema central, reconhecido por Dorsey: o pensamento de esquerda é dominante nas grandes techs de S. Francisco e dessa generalizada inclinação resultam plataformas preconceituosas, imparciais e, frequentemente, censórias. Marquei o início do vídeo para um momento que é bem explícito, mas todo o talkshow é eloquente nessa revelação. E das duas uma: ou o Twitter corrige a sua actuação doutrinária ou vai ter que perder os benefícios fiscais de que usufrui por não ter estatuto editorial. É preciso ter em conta que estamos a falar da mais poderosa máquina de fazer política dos tempos que correm.

De qualquer forma, estas 3 horas de formidável debate mostram que a América ainda conserva as suas velhas virtudes: liberdade de pensamento e de discurso, idealismo e capacidade de gerar massa crítica, material e cultural, para mudar o mundo.



Eu sei bem que em Portugal há muita gente que nem sequer se apercebe do que está acontecer com as grandes empresas tecnológicas americanas, que se transformaram em poderosas máquinas de convergência ideológica e, logo, de censura aberta e massiva. Infelizmente, desconfio que, mais tarde ou mais cedo, vamos todos sofrer os efeitos dessa tirania, independentemente até do espectro político em que nos localizamos. Mas por essa altura, o fenómeno será muito mais difícil de travar. Esse é, aliás, um dos problemas históricos do fascismo. É sempre diagnosticado tarde demais.

quarta-feira, março 06, 2019

Se usas os teus neurónios - e não o tom da tua pele - para teres opinião própria,

 estás fodido:



É difícil pensar que ainda vivemos dentro dos parâmetros da democracia clássica ocidental, quando as pessoas são publicamente castigadas por terem uma opinião que é apenas diferente.

terça-feira, março 05, 2019

If I Were The Devil.



Paul Harvey . 1965

The Leftovers: uma redefinição conceptual do produto televisivo.

Para não estragar nada a quem ainda não viu esta série, mostro apenas o impecável opening title da segunda temporada de "The Leftovers", uma produção da HBO que está a mexer imenso com o esqueleto da minha sensibilidade.



A série foi produzida entre 2015 e 2017, mas só agora decidi investir nisto e foi em boa hora, porque se trata de um produto televisivo que é capaz, como poucos, de terra-transformar radicalmente a geografia emocional do espectador.

The Leftovers desenrola-se sob um pressuposto inicial que parece de modesta intensidade dramática: a narrativa começa 4 anos depois de um evento sobrenatural ter feito desaparecer 2% da população humana global. Só que a forma como Damon Lindelof e Tom Perrotta trabalham sobre este pressuposto é densa e tentacular e transcende qualquer tipo de cliché apocalíptico. As consequências do desaparecimento de 2 pessoas em 100 não se revelam tanto no sofrimento directo daqueles que perderam os seus familiares e amigos, mas sim na angústia existencial que se abate sobre toda a sociedade. Na dificuldade de entendimento físico e metafísico do fenómeno, que leva a um surto de esquizofrenia individual e colectiva e religiosa que é verdadeiramente aterrador.

Os personagens desta série  são  sujeitos a um percurso desesperante de caos e inquietude, de contrariedades e arrependimentos, de solidão e niilismo, de tal forma que são incapazes de se apresentar como heróis ou vilões: são apenas gente de quem temos pena, ou por quem nutrimos simpatia. São pessoas normais, frágeis e complexas, apanhadas numa tempestade desenhada por Schopenhauer.

Estou agora a terminar a segunda temporada e desconfio que, como já fez em "Lost",  Lindelof não vai explicar todas as anomalias ontológicas a que submete a interpretação do audiente, mas, ainda assim, não tenho motivos para descrer que a terceira temporada não consolide a genialidade toda do projecto.

Da irreverência vanguardista da banda sonora ao classicismo temático do guião, que se inspira na tragédia grega tanto como nas escrituras judaico-cristãs, este é, sem dúvida alguma, um contributo sério para a redefinição do que deve ser a televisão no século XXI. E, por uma vez, trata-se de um produto não politizado. O que, nos tempos que correm, não é dizer pouco. Cinco estrelas.

segunda-feira, março 04, 2019

Capitalismo versus Socialismo

Um lúcido contributo de Andy Puzder para a dialéctica da moda:

A lógica do ódio e como vencê-la.


Aqui há duas semanas atrás, Hayden Williams, um jovem activista conservador, foi violentamente agredido no Campus de Berkeley, apenas porque manifestava o seu apoio a Trump. As imagens são chocantes.



Dez dias depois, a polícia de Richmond lá conseguiu identificar o agressor, Zacckary Greenberg, que vai ser certamente poupado pelo sistema judicial californiano, embora dificilmente consiga escapar a uma pena onerosa no processo civil que concerteza se seguirá.

Este episódio é bem demonstrativo do fascismo que impera na academia americana, e das dificuldades relativas à liberdade de expressão que os estudantes conservadores experimentam actualmente nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa.

Se repararem bem no áudio do vídeo, os meliantes acusam Hayden de incentivar o ódio pela razão de usar um boné MAGA (Make America Great Again) e apresentam como solução o espancamento do rapaz. A lógica aqui é totalitária: se a tua voz incomoda, a violência é a melhor forma de repor o silêncio.

Provavelmente naquele que é o momento mais importante - e vibrante - do seu discurso interminável no CPAC deste ano, Donald Trump chama Hayden Williams ao púlpito para celebrrar a sua coragem, incentivar o seu zelo e prometer aos americanos que vai castigar financeiramente as universidades que não respeitem a Primeira Emenda da Constituição Americana, que garante a liberdade religiosa, a liberdade da imprensa e a liberdade de expressão e de manifestação pública da opinião. O momento, está aqui documentado e é, a todos os títulos, de enorme relevância política:



Digam o que disserem de Trump, e eu próprio já disse horrores dele, parece-me cada dia mais claro que o actual Presidente dos Estados Unidos está uns furos acima, em classe e razão ética e sabedoria política, dos seus adversários do Partido Democrata, e a anos luz de distância da turba marxista que domina os media e as universidades. À violência gratuita e totalitária, contrapõe ordens executivas que fazem sentido, que são razoáveis e que defendem a moral da constituição que prometeu respeitar.
A ideia é eficaz, legal e leal. Não recorre a métodos de supressão pela violência ou pela proibição. Limita-se a usar o poder do dinheiro - e o poder da lei - para fazer justiça.

É assim que se combate o fascismo.

Clássicos de culto: o Mini 1275 GT de 1969.

De todos os minis, este é o meu preferido. Construído pela British Leyland e redesenhado por Roy Haynes, O 1275 GT era, para a altura, um pequeno diabo. Apesar de não exceder os 140 kms/h, a verdade é que chegava a essa marca num instantinho. A excelente relação peso-potência (11,5 kgs / Cv), o torque impressionante (94.0 Nm @5500 rpm), aliados à estabilidade e aderência míticas do Mini, colocavam este modelo no segmento desportivo e faziam as delícias da classe operária.
Eu conduzi um destes, há muitos anos, e posso garantir que a sensação era a de que estavas aos comandos de um kart vitaminado com esteroides.
Olha bem para esta caixinha. Está mesmo a convidar-te para um shot de adrenalina, não está?


94.0 Nm or 69 lb.ft @ 5500 rpm
read more at: https://www.ultimatespecs.com/car-specs/Austin/19215/Austin-Mini-1275-GT.html
11.5 kg/hp
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11.5 kg/hp
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11.5 kg/hp
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11.5 kg/hp
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Características técnicas aqui.

sexta-feira, março 01, 2019

Se não tens inimigos, inventa-os.

A Nike transformou-se nos últimos dez a quinze anos numa espécie de fabricante de ténis para militantes do Bloco de Esquerda. E está constantemente a bombardear o mercado com mensagens de carácter ideológico que são tão perigosas como imbecis, assentes em pressupostos falsos e clichés de outros tempos, que já não fazem sentido nenhum. Por exemplo, não faz sentido nenhum vitimizar as atletas de alta competição pelo simples facto de serem mulheres, porque elas não são vítimas de coisa nenhuma, pelo contrário. São multimilionárias como os atletas masculinos, são idolatradas como os atletas masculinos, respeitadas como os atletas masculinos e ultra-protegidas como eles. A Nike age e comunica como se vivêssemos na primeira metade do século XX e inventa secretos inimigos que na verdade já não existem há um século.
Nuns breves cinco minutos, Ben Shapiro mostra o último spot feminista da marca e faz a respectiva análise crítica, com o brilhantismo do costume. Vale a pena ver.



Esta invenção de vilões para a construção de figuras heroicas está muito na moda nos Estados Unidos. Jussie Smollett, o medíocre e manhoso e obscuro actor da série Empire, simulou recentemente, em Chicago, um ataque racista e homofóbico contra si próprio, na expectativa de que o episódio projectasse a sua carreira - e a sua conta bancária - para o primeiro plano da celebridade plástica de Hollywood. A estratégia só não deu resultado porque a polícia da cidade dedicou vastos recursos à investigação do suposto crime de ódio, só para perceber rapidamente que Jussie é um charlatão dos piores. E agora, claro, o rapazinho está em muitos maus lençóis com a justiça americana. Mas no entretanto, foi glorificado pelos media como um deus, representado como um herói dos tempos modernos e apoiado pela turba do Twitter como um mártir na batalha contra o racismo, o preconceito e a imoralidade de Trump.
Os palhaços do costume na CNN, na CBS, no Washington Post, no New York Times, no Guardian e até no Observador, só para falar nos que mais me chateiam, caíram que nem patinhos saloios na fraude de Smollett, e agora estão a engolir sapos vivos como gente grande.

Nos tempos que correm, a heroicidade surge pela vitimização e não pela valentia. Surge pela cor da pele e não pela nobreza de carácter. Surge pelas opções sexuais e não pelas opções de vida. E mesmo quando não há vítimas, finge-se o martírio. Mesmo quando não há vilões, inventam-se uns. É triste. É desesperante. Mas é verdade.